sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Entrevista - Júlia Lemmertz



Em 2012, Júlia Lemmertz quer desacelerar. O ano passado foi cheio: dois meses depois do fim da novela das 6 Araguaia, a atriz começou a gravar Fina Estampa, em que interpreta a estilista Esther, em paralelo com a peça Deus da Carnificina, atualmente em cartaz no Rio de Janeiro. O resultado são oito meses sem fim de semana livre. “Minha pilha está acabando”, diz ela, aos 30 anos de carreira. Aos 48 anos, casada com o ator Alexandre Borges, mãe de Luiza, 23 anos, e Miguel, 11, Júlia diz que quer estar igualmente ativa aos 80 anos: “Estou no meio da vida”.

Você fez Araguaia, está no teatro e em Fina Estampa. Não se sente cansada?
Eu me sinto muito cansada e não consigo tirar férias. Sempre tive pique, mas confesso que cansei. Minha pilha está acabando. Estou querendo parar de fazer tudo ao mesmo tempo. Não tenho fim de semana livre há oito meses. Vislumbro a possibilidade de parar, dar um tempo de TV e fazer cinema, ficar em casa, cuidar de filho. Meu projeto em 2012 é ir com calma.

O que faria se aparecesse um Guaracy na sua vida?
Tudo é possível. Eu me apaixonaria pela figura do Guaracy. A gente nunca pode dizer “dessa água não beberei” (risos).

Como faz para se manter sempre jovial aos 48 anos?
Pô, 48 anos não é uma sentença de morte. Não estou no fim, estou no meio da vida. Pretendo ficar com o espírito jovial aos 80. Tem a ver com gostar da vida e não querer ter outra idade que não a sua. Estar ativo, desejoso, ter prazer, humor. Mas você não vai mais ter aquele pique. Não consigo mais fazer três coisas ao mesmo tempo, e provavelmente é porque tenho 48 anos.

Que tipo de mãe você é?
A melhor que posso ser. Sou uma mãe superpresente, mesmo não estando presente. Meu filho sabe que pode contar comigo incondicionalmente. Miguel é tão bacana, não fica cobrando, não fica chateado. A gente tem muita qualidade de relação.

Como faz para manter a pele maravilhosa?
O iluminador da novela ajuda muito (risos). Minha pele sempre foi boa. Não tenho muita olheira. Minha dermatologista é radical: praia, só no fim da tarde ou de manhã cedo.

Qual seu sentimento pelo Sport Club Internacional?
Sou colorada, ponto. É sina, nasci numa família de colorados. Quando Miguel tinha 4 anos, meu tio deu a ele uma farda completa do Inter e o pai, palmeirense, se danou (risos). Já fui até a Argentina com uma amiga assistir a um jogo, em 2009. Torço muito, sou muito louca. Sou consulesa cultural do Colorado.

Ter marido da mesma profissão ajuda na compreensão do trabalho?
Ajuda, por não ter que ficar explicando. Mas tem uma hora que a gente age como marido e mulher e não como atores. Alê me apoia muito, mas, quando estou muito enlouquecida, ele reclama da minha ausência, como qualquer marido.

Esther foi traída por Paulo (Dan Stulbach). Você perdoaria uma traição?
Depende. O que os olhos não veem, o coração não sente. Pegar no ato, assim como a Esther, é chocante, desleal. Eu talvez perdoasse um pouco à frente, mas, na hora do lance, não. Nunca aconteceu nada parecido comigo, graças a Deus.

Teria coragem de engravidar aos 50 anos?
Se fosse surpresa e estivesse bem, não teria coragem de tirar o bebê. Os óvulos envelhecem com o tempo. Há exames a fazer, é uma gravidez cuidadinha. Mas, se viesse, teria. Só não está nos meus planos. E eu ainda não tenho 50 (risos)!

O que Alexandre achou do cabelo ruivo?
Gostou. Coitado, não tem opção (risos)! Já fiquei loura, careca... É uma tinta sem amônia que tenho de retocar de dez em dez dias. Dá trabalho, porque vai desbotando.

Fonte: Quem

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