Aconteceu na noite desta sexta-feira (05) a
tão aguardada estreia de Marcelo Adnet na TV Globo, protagonizando a série “O
Dentista Mascarado”. Invadindo a madrugada, o humorista elevou o número de
televisões ligadas no horário e deu um show de audiência. Mas o seu show já foi
melhor.
A grande verdade é que não dá pra comparar o
atual Adnet na Globo com aquele que conquistou o Brasil por conta de seu
próprio talento, numa emissora pequena, mas irreverente, do jeito que o público
jovem gosta.
O que se viu em “O Dentista Mascarado” não
foi o Marcelo Adnet que o público já conhecia. Não foi o Marcelo Adnet que a
Globo contratou. E, principalmente, não foi o Marcelo Adnet que o público
queria ver na TV Globo.
O engraçado é que a mesma coisa aconteceu com
Dani Calabresa, esposa de Adnet, contratada pelo “CQC” pra – e não há como
pensar o contrário – limitar totalmente seu potencial no humor. Os dois estão
limitados. É como se dois imensos pássaros, que fizeram voos brilhantes e se
tornaram conhecidos justamente por causa disso, tivessem sido presos numa
enfeitada gaiola.
Marcelo Adnet é um bom ator, tem presença de
palco, consegue envolver o público só de aparecer na cena, ainda que sem falas.
Mas um monstro do humor, como ele é, fazendo um programa desse chega ser um
absurdo. Que a Globo o queira numa série de comédia, é compreensivo. Mas dê a
ele também algo onde se possa ter o melhor de Marcelo Adnet. E ele tem o melhor
do humor brasileiro pra dar.
Mas é bom frisar: o que se critica aqui não é
a série em si, que tem um bom texto, como aliás não dá para não se esperar,
vindo de Fernanda Young e Alexandre Machado; boas interpretações, com Tais
Araújo e Leandro Hassum, impecáveis; uma história divertida e um protagonista a
todo vapor.
A crítica vai para o fato da Globo ter
mascarado esse “Dentista”. Adnet não nasceu pra ser somente um ator seguindo um
roteiro. É muito pouco pra quem é muito grande.
Fonte: Na Telinha
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