“Flor do Caribe”, a atual novela das seis da
Globo, de Walther Negrão, é mais do mesmo: não apresenta nada de novo e nem tem
a pretensão de revolucionar. História de
vingança conhecida – inspirada no clássico “O Conde de Monte Cristo”, de
Alexandre Dumas. E vingança é aquele prato frio que todos gostam e que sempre
rende bem – vide “Avenida Brasil”, “Tieta”, “Fera Radical” (do mesmo autor) e
tantas outras. O elenco é bonito, bem
escalado, rostos jovens, conhecidos de trabalhos recentes, misturados a alguns
nomes consagrados e outros poucos nem tão conhecidos assim.
A fotografia e as belas paisagens do Rio
Grande do Norte e da Guatemala são o grande diferencial. “Flor do Caribe” – como nem poderia deixar de
ser – é uma novela solar, iluminada, esteticamente bem concebida e realizada,
exemplo de um bom casamento entre direção (geral de Jayme Monjardim e Leonardo
Nogueira) e proposta estética. Contrasta com o trabalho anterior de Negrão,
“Araguaia” (2010-2011), que tinha uma direção mais carregada e um aspecto
soturno.
As cenas aventurescas, no exílio, do
protagonista Cassiano (Henri Castelli) não chegam a ser espetaculares, mas são
bem realizadas. As histórias prendem, são gostosas de acompanhar. O folhetim
está bem costurado, afinal, Negrão é um dos autores mais experientes da
televisão. Do alto de sua modéstia e simpatia, o autor já revelou em entrevista
que se baseia em João Emanuel Carneiro (de “Avenida Brasil”). E já dá para
perceber isso nos bons ganchos a cada bloco da novela.
“Flor do Caribe” é assim, um mais do mesmo
bem feitinho. E talvez isso justifique a
sua crescente audiência. A meta para o horário é 25 pontos (no Ibope da Grande
São Paulo). A novela começou com audiência considerada baixa para o horário,
mas vem subindo a cada semana: 16,8 de média na primeira semana (até o capítulo
6), 17,9 na segunda (até o capítulo 12) e 18,33 na terceira (até o capítulo
18). A trama anterior, “Lado a Lado”, havia registrado uma média de 17,83 até o
capítulo 18.
No capítulo desta segunda-feira, 01/04, a
novela bateu seu recorde de audiência, 24 pontos. E, pelo andar da carruagem do
Conde de Monte Cristo, digo, do avião de Cassiano, a tendência é subir mais.
Fonte: Nilson Xavier, do UOL
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