sexta-feira, 10 de abril de 2015

2015 será ano de crise na TV aberta


O momento de instabilidade que ronda o mercado brasileiro afeta diretamente as emissoras de televisão aberta.

Com capital essencialmente nacional, nenhuma rede se arrisca a dispor dinheiro em produções, temendo não ter retorno no investimento efetuado.

Nessa linha, a Record demite 300 funcionários que atuavam na novela "Vitória", o SBT enlata ainda mais sua grade e trava novas contratações e projetos, enquanto a Band começa um movimento que deverá se tornar comum na TV nos próximos meses (para não dizer anos): extinguiu o programa “Agora é Tarde”.

Muitos fatores levam à extinção do programa, entre eles custo elevado, disputa pelo formato com o humorista Danilo Gentili e a audiência do produto que, embora tenha aumentado substancialmente nos últimos tempos, segue abaixo do que Gentili apresentava no canal.

Rafinha Bastos, bem mais comportado que em outros tempos, soube levar o programa com certa qualidade, o que o credenciou a apresentador, algo que despertava dúvidas devido a seu estilo irreverente e politicamente incorreto.

Há rumores de que Danilo não vive mar de rosas em sua passagem pelo SBT. Muitas discussões entre apresentador e emissora que, até pouco tempo, faziam juras de amor.

O fato é que a crise está aí, as emissoras novamente têm que lidar com ela e mostrar que são maduras e capazes de enfrentar as mais diferentes adversidades.

“Enlatar” a grade, extinguir produtos e empurrar projetos para os anos seguintes são a tônica da televisão brasileira em 2015 e temos de nos acostumar com isso. A época de vacas gordas (embora nem tenham sido assim tão gordas para o telespectador) foi-se há algum tempo e uma longa temporada de estiagem já está em pleno curso.

A TV Globo, que faturou 6 Records e 12 SBTs no ano que passou, também deve sentir o peso da crise, embora tenha mais receio de outra crise: a de audiência.

Se financeiramente a emissora dos Marinho abocanha quase 70% de toda a verba destinada às mídias, quando o quesito é audiência a coisa muda de figura. Com as novelas das 18h e 19h passando por um período de baixa e a das 21h atingindo números impensáveis tempos atrás (chegou a 26 pontos na sexta-feira e 23 no sábado), até o "Jornal Nacional" sofre para conseguir números expressivos.

Aliado à queda da gigante carioca, SBT, com "Carrossel" e Record, com sua primeira novela bíblica "Os Dez Mandamentos", apresentam sensíveis aumentos em seus índices, o que deve ter deixado os diretores da TV carioca de cabelo em pé.

Polêmicas à parte, 2015 será um ano dolorido para a Globo, assim como para todas as outras. A diferença são alguns bilhões de reais a mais que entram nos cofres da emissora dos Marinho.

Bilhões que insistem em não seguir as tendências de migração do público e que, há muito, causam estranheza por conta disso.

Fonte: Na Telinha

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