segunda-feira, 6 de abril de 2015

Fátima Bernardes faz um balanço da carreira


Lá se vão três anos desde que Fátima Bernardes deixou a bancada do Jornal Nacional para seguir novos rumos no entretenimento. À frente do programa matinal Encontro, ela diz que está bem mais à vontade para dançar, rir mais alto e até levar um tropeção ao vivo. "O melhor, e ao mesmo tempo o mais difícil, foi o período de transição", diz. Nessa semana, Fátima virou meme na Internet ao ser flagrada comprando ovos de Páscoa numa rede popular. “Não sou um E.T., também compro ovos para os meus filhos”.

O que achou das piadas na Internet sobre suas compras de Páscoa?
A vendedora da loja até ficou impressionada. ‘Ah, é por isso que tem tanto fotógrafo aqui hoje’. As pessoas acham que, porque a gente trabalha na televisão, não vai ao mercado, não compra ovo para os filhos. Achei graça das piadas, mas também me pergunto por que seria absurdo eu comprar ovos numa rede popular. Eu me recuso a viver numa redoma. Virei jornalista porque gosto de conversar e conviver com gente. É bom sair e escutar que as coisas estão caras ou baratas. E sabia que nem tinha o ovo que a minha filha queria? Tive que ligar para ela para perguntar a segunda opção.

Seus filhos têm até fã-clube no Instagram. Eles lidam bem com essa fama?
Eles estão acostumados com o interesse do público desde pequenos, mas são bem realistas em relação a isso. Tiveram celular e entraram bem tarde nas redes sociais para os padrões de hoje. Nós os educamos para usar essas ferramentas de uma maneira responsável, então estamos bem tranquilos. Na verdade, lá em casa, estamos em clima de vestibular. O Vinicius vai fazer engenharia mecânica e a Laura, psicologia. Nada a ver com fama nem com jornalismo.

Com o país em ebulição e essas reviravoltas na política, sente alguma saudade da bancada?
Nenhuma. Eu fechei um ciclo de 25 anos completamente realizada. Não fiquei viúva, não tenho saudosismo. E, no programa, posso abordar qualquer tema relevante, só que com outro enfoque.

Que tal receber um prêmio de Melhor Apresentadora pelo Encontro?
Me deu muita satisfação porque três anos atrás eu recebi meu último prêmio da QUEM pelo jornalismo. Quando fui receber, já não estava mais estava mais no JN. Então voltar para receber o prêmio, três anos depois, no entretenimento, para mim teve uma sensação de que deu certo, que está valendo muito a pena e que estamos no caminho certo.

Está mais à vontade hoje, com quase três anos do programa?
Acho que o programa evoluiu muito e vai continuar evoluindo. Eu mesma como apresentadora fui me modificando. Acho que o melhor, e ao mesmo tempo mais difícil, foi o período de transição. Porque eu queria estrear um programa sem nenhum vínculo com a Fátima que visitou a casa das pessoas por 25 anos. Mas a maneira que eu sou nos bastidores, que hoje é como me mostro no programa, tinha que vir de uma maneira tranquila e natural. E acho que foi isso que aconteceu. A transição foi sendo suave, principalmente para mim. Hoje, se eu danço, se dou uma gargalhada mais alta ou saio de um tropeção ao vivo é porque estou confortável. Hoje é tudo muito mais natural pra mim. Tenho muito mais domínio, estou à vontade e cada dia fico mais feliz.

E seu marido, William Bonner, não pensa em seguir o mesmo caminho?
Acho que um não influencia o outro neste sentido. Quando nos conhecemos já tínhamos a mesma profissão. Sei que ele gosta muito do que faz e está muito feliz no JN. O jornal tem uma vitalidade que ele gosta e se identifica. Mas quem sabe um dia?

No ano passado, você se tornou a primeira jornalista garota-propaganda da Globo. E, eum ano depois, a marca tem até superado a concorrência. Quer fazer mais publicidade?
Fiz a primeira propaganda mais de um ano e meio depois de ter saído do JN porque meu foco estava totalmente no ‘Encontro’ e não queria que nada desviasse minha atenção. Uma vez que identifiquei que a transição estava feita, aceitei. O que eu queria é que fosse algo que tivesse a ver comigo e o momento do relançamento da marca coincidiu com o meu. Então, tive a oportunidade de fazer algo diferente que foi contar o porquê estava fazendo aquele comercial. Eu não tenho números, mas sei que comentam do crescimento da marca e é claro que tenho orgulho. Fico feliz com o resultado e de ver como o ‘Encontro’ é procurado por anunciantes atualmente.

Você vai fazer uma participação na novela das nove, Babilônia. Dá um frio na barriga?
Essa é a quinta novela que eu faço, brinco que já estou até me sentindo uma veterana. Mas só faço papel de mim mesma, não saberia interpretar uma personagem. Ainda não recebi o capítulo, mas vou contracenar com a Fernanda Montenegro. Dá até uma tremedeira de pensar. Se tivesse que ter fazer alguma ousadia, seria cantar. Mas teria que fazer aulas para, pelo menos, garantir que ninguém diminua o som da TV.

Fonte: Época

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