'Morena' da vida real conta o drama de ser traficada

A novela “Salve Jorge” muitas vezes pode parecer mirabolante e sem sentido para aqueles que nunca viveram ou ouviram falar sobre o tráfico de mulheres. No entanto, apesar de alguns exageros tradicionais das tramas do horário nobre, a história de Glória Perez conta quase que na íntegra o drama dessas mulheres.

A principal inspiração da personagem de Nanda Costa (Morena), é Ana Lúcia Furtado, traficada aos 24 anos, em 1988. Em entrevista  ao site “G1”, Ana Lúcia contou detalhes da sua história que muito lembram as cenas vistas na novela. Na vida real, também existia um Russo (era assim mesmo que ele era chamado), além de duas outras mulheres: Rosana e Célia. Foi Rosana quem ficou amiga de Ana Lúcia e sua família e fez a proposta de levar ela e a prima Kelly para Tel Aviv, Israel. Célia era a Lívia (Cláudia Raia) da história.

Segundo Ana Lúcia, o tráfico de mulheres funciona de uma maneira muito parecida com o que é mostrado nas telinhas. As mulheres vão para lá com a promessa de um trabalho em lanchonetes ou restaurantes, mas quando chegam têm seus documentos confiscados e uma ‘dívida’ com os traficantes que só pode ser paga com prostituição. Ana Lúcia, que agora vende marmitas, disse ter tentado fugir diversas vezes e que em uma das tentativas Kelly foi pega e recebeu uma injeção de heroína no pescoço, o que causou sua morte.

A traficada só viu sua história mudar quando conseguiu usar um celular e alertou a família de sua prima sobre tudo o que estava acontecendo. Depois de três meses em Tel Aviv, ela e mais oito meninas foram trazidas pela polícia para o Brasil, ainda sob ameaças dos tranficantes de Israel.

Assim como Theo (Rodrigo Lombardi) não acredita na amada, muitas pessoas também não levaram a sério a história de Ana Lúcia, que conheceu Glória Perez através de uma cliente da sua irmã cabeleireira e se dispôs a ver e ouvir todos os seus relatos na novela como forma de denunciar o crime.

Fonte: Yahoo