segunda-feira, 2 de maio de 2011

Betty Lago fala da troca de emissoras


Betty Lago trocou uma personagem escrita especialmente para ela na próxima novela de Miguel Falabella ‘Beijo na Boca’, na Globo, para viver uma empregada doméstica, na Record. Se foi por dinheiro, ela garante que não. “Que coisa mercenária, cafona. Não tenho essa cabeça. Foi pelo pacote interessante de coisas”, afirma a atriz. Em ‘Vidas em Jogo’, de Cristianne Fridman, que estreia terça-feira, ela é Marizete, namorada de José (Felipe Martins) e funcionária de Regina (Beth Goulart). Sortuda, ganhará na loteria, o que mudará sua vida e seu caráter. Betty também concilia a trama com seu programa ‘Pirei’, no GNT.

Marizete é bem popular. Como está encarando essa mudança? 
“Acho que vou testar a popularidade lá no Centro da Cidade quando a novela estrear (risos). Acho muito legal aterrissar em um universo meio desconhecido para mim. As pessoas têm aquela ideia do ‘Saia Justa’ (programa do GNT), eu era modelo, mas não tem nada disso, você pode transitar em todos os universos. Eu percebi isso na vida. Quero poder fazer qualquer coisa. Até musical, eu e Miguel (Falabella) já pensamos em fazer. Não canto, mas não quer dizer que não possa cantar, fazer aula intensivamente, chegar lá, colocar voz e ficar bonitinho”.

O Miguel já tinha escrito uma personagem para você na próxima novela dele, né? E agora que você saiu, como é que fica?
“Ele vai chorar na casa dele, e eu na minha (risos)”. A Marília Pêra é quem vai fazer”.

Vocês e Marília estão sempre se cruzando. Você acabou ficando com a personagem dela em ‘Cinquentinha’, e ela com a sua em ‘A Vida Alheia’.
“Eu amei a personagem em ‘Cinquentinha’. Só não mandei flores porque ela podia não entender. Podia achar que era deboche”.

Como faz para criar uma personagem sem extrapolar, achar um meio termo e criar algo que você não conhece? 
“Acho que é fácil. No caso de ser uma empregada doméstica, a cultura brasileira, desde que você é pequeno, lida com o fato de ter uma empregada em casa. Mas eu jamais teria uma pessoa transitando na minha sala de uniforme, servindo em bandeja de prata. Acho o fim! Não é nem inspiração, é uma realidade que a gente vive muito latente no Brasil, do subalterno. Não é que todo mundo trate mal as empregadas. No Rio tem pessoas muito ricas, que recebem muito, até justifica essa coisa de estar uniformizado, etc e tal...”.

Como foi quando você se viu com uniforme de empregada?
“Achei bonitinho, mas falei: ‘Ai, quando vou ficar rica?’ É engraçado, principalmente porque é uma personagem. Essa oportunidade que tem de colocar uma roupa e viver outra pessoa é tão interessante”.

O que muda na personagem quando ela fica rica?
“Fica cafona, emergente. É tão preconceituoso, mas é verdade. Ela fica um pouco arrogante. Dinheiro faz isso, se você não tem a cabeça boa. Mas acho que ela vai se recuperar. Vou falar com a Cris sobre isso (risos). É horrível ser odiada pelo público”.

O que faria se ganhasse o prêmio da Mega-sena?
“Tanta coisa... Aquelas bem clichês, sabe? Arrumava a vida de todo mundo e vazava. Passava uma temporada em algum lugar”.

Como está conciliando as gravações com o ‘Pirei’ (do GNT)?
“Gravo sábado e domingo à noite, ou às 7h da manhã. Se tenho que entrar na Record às 11h, a gente faz uma entrevista rapidinho. E por aí vai...”.

Por que você foi para a Record?
“Porque é mais um lugar para gente trabalhar, é um lugar que me ofereceu um trabalho interessante, um salário interessante, com pessoas interessantes. Não tinha porque dizer não. É simples! Assinei contrato de cinco anos. As pessoas falam: ‘Ah, você deixou a TV Globo?’ Daí eu tento explicar que a gente não deixa uma coisa quando não está, entendeu? Eu não estava na Globo, eu trabalhava lá. É como se amanhã eu saísse da Record para trabalhar novamente na Globo. Se cria uma certa rivalidade inexistente. Eu não estava contratada. Estava com esse projeto do Miguel, que era bem bacana, mas entre as coisas que me foram oferecidas... Isso aqui é business, que envolve a criatividade”.

Foi pelo dinheiro?
“Não vim pelo dinheiro, que coisa mercenária, cafona, não tenho essa cabeça. Foi pelo pacote interessante de coisas. Amo trabalhar com o Avancini (Alexandre, diretor), adoro o texto da Cristianne, entre uma série de coisas. Talvez se me oferecessem uma novela que não me interessasse e um salário enorme, eu não aceitaria. Dinheiro não é prioridade”.

O papel foi escrito para você?
“Não sei, mas a Cris, quando a gente se encontrou pela primeira vez, disse que gostaria muito que eu fizesse essa personagem. Ela conversou com o Avancini e eles chegaram à conclusão que eu poderia fazer. Acho ótimo”.

Você conversou com o Falabella e disse que não ia mais fazer a novela dele?
“Falei sim e contei da personagem, ele adorou. Acho que a gente tem que ter essa leveza de que está tudo certo. Você vai ali faz um pouquinho, depois faz outro pouquinho, amanhã faz cinema, teatro...”.

Depois de um tempo sem fazer novela, está preparada para o ritmo?
“É como se fosse correr uma maratona. Começa com todo gás, mas sofre aquela barriga no meio, e nessa descida tem que pegar fôlego, mudar o ritmo, diminuir. Eu até parei de sair”.

Quando saiu da Globo para Record esperava essa qualidade técnica?
“Não criei expectativa nenhuma, que é uma coisa rara. Vim de peito aberto. Algumas pessoas da minha vida falaram: ‘Pensa bem, porque você está deixando sua turminha’. Eu não sou criança, né? Então, falei: ‘Tudo bem, trabalhei com a minha turminha desde 1992. Agora vou fazer outra turminha’”.

Recebeu outras propostas para sair da Globo?
“Há anos, mas não rolou. O ‘Saia’ (‘Justa’) também foi interessante, porque fiquei cinco anos no ar. Então, tinha tempo de fazer as coisas. Trabalhava terça-feira e o resto do tempo no computador, fazendo pesquisa. Dava para viajar, passar uma semana fora, cansei de fazer isso. Chegava segunda-feira, ia direto para São Paulo gravar, depois ia embora. Me deu liberdade. Mas não foram cinco anos sabáticos, porque fiquei fazendo coisas pontuais na Globo”.

Voltaria para o ‘Saia Justa’?
“Voltaria, por que não?”.

Ficou magoada com a troca de elenco?
“Eu, magoada? Não perco tempo com isso”.

Com o que você pira?
“A coisa que eu mais piro é viajar. Ter esse poder de ir e vir. Sou completamente desprendida. Quando tenho uma brecha, pego minha mala e vou. Agora quero ir à Capadócia”.

Fonte: Portal Terra

3 comentários:

  1. Muito legal a entrevista, Silvério... bem ao estilo da atriz. Parabéns!

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  2. Achei interessante a troca de emissoras para Betty. Certamente na novela de Miguel Falabella ela faria mais do mesmo. Na Record terá a oportunidade de fazer uma personagem totalmente diferente. Além, é claro, de conseguir um contrato de longa duração, o que garante mais segurança para o profissional.

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  3. Ir para Record é cair no esquecimento !!!

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