No último dia 12 de maio foi ao ar o primeiro beijo gay em uma novela da televisão aberta no Brasil. Em questão de minutos a hashtag #amorerevolucao (palavra-chave para designar o nome da novela) tornou-se um dos assuntos mais comentados do Twitter e lá permaneceu durante boa parte do dia seguinte. A repercussão na rede influenciou o autor da trama, Tiago Santiago, a escrever outra cena polêmica: desta vez, em vez de duas mulheres, dois homens protagonizarão outro beijo, o que provavelmente será novamente tema de discussão na web. O fato mostra que o brasileiro vem mudando a forma de assistir à televisão – de mero telespectador a crítico digital. E as emissoras estão de olho nisso.
Uma pesquisa divulgada pelo Ibope Nielsen mostra que 76% dos adultos no Brasil afirmam utilizar a internet enquanto assistem à TV. Dentre eles, 54% publicam comentários na web sobre diversos assuntos, inclusive sobre o que acompanham na televisão -- os temas preferidos variam de esportes, dramaturgia e programas de auditório, entre outros. De dezembro de 2010 a abril deste ano foram contabilizadas 5 milhões de mensagens em toda a web envolvendo reality shows brasileiros.
“Aquele comentário que antes era restrito à sala de estar passou para as redes sociais. As pessoas sentem a necessidade de fazer análises, de expor a opinião. Seja sobre algo engraçado ou sério. A televisão ainda é o principal meio de entretenimento, então é natural que os assuntos mais comentados, aqueles que atingem a maioria da população, figurem como mais comentados”, diz José Calazans, analista de mídia do Ibope Nielsen.
No programa CQC exibido no dia 9 de maio pela TV Bandeirantes, uma reportagem do integrante Danilo Gentili causou a revolta do senador Roberto Requião, que escreveu de forma ríspida no Twitter: “Tenho nojo do CQC e despreso [sic] pelos idiotas que o apreciam.” Poucos minutos depois, o apresentador Marcelo Tas agradeceu ironicamente a mensagem do senador e o corrigiu ao vivo também via Twitter durante o programa: “Queria mandar um abraço para o senador Requião, que está assistindo ao programa e postou sobre a gente no Twitter. Senador, desprezo é com “z” e não com “s”. Não despreze a língua Portuguesa”.
Fonte: UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário