Óculos Ray Ban, chinelo, calça jeans desbotada. “Peraê, deixa eu dar um jeito no cabelo antes de começar o papo”. Pernas cruzadas, conversa calma, cabeça aberta. No pé, uma bailarina tatuada — para lembrar que, aos 17 anos, pediu demissão da academia onde dava aulas da dança, em sua cidade natal, São José do Rio Preto (SP), e veio para o Rio, onde queria trabalhar com a apresentadora Xuxa Meneghel, para quem já tinha enviado mais de 200 cartas. Voltou de mala e cuia. Somente dois anos depois, quando já cursava Psicologia, recebeu uma ligação, avisando que seria umas das 12 Garotas do Zodíaco, no “Planeta Xuxa”. A partir daí, Fernanda de Freitas, que nem pensava em ser atriz, já fez oito novelas e cinco filmes. Uma boa conta para quem, durante um bom tempo, foi apontada como sósia de Deborah Secco. Pisciana, hoje com 31 anos, ela é uma das jovens atrizes bem-cotadas da TV, talvez por saber brincar de se misturar — e de maneira quase indissolúvel — com as mais de 20 personagens que coleciona na carreira.
Além dessa bagagem, Fernanda tem carregado um violão nas costas e um par de sapatilhas nos ombros, para frequentar as aulas de música e balé.
— Longe das novelas há dois anos, tenho tido mais tempo livre. Posso me dedicar ao teatro e viajar — analisa a intérprete da implicante Flavinha do seriado “Tapas & beijos”.
E os próximos destinos já são certos: Londres e Nova York, onde deve disputar mais troféus em premiados festivais de cinema, pelo longa “Malu de bicicleta”.
Na primeira vez em que apareceu na TV, Fernandinha — como é chamada até hoje por Xuxa — foi descrita pela loura como uma dessas meninas gente boa, com quem dá vontade de ficar conversando. E a melhor definição da moça é mesmo essa. Enquanto Fernanda tremia e chorava no palco de tanto nervosismo, a Rainha dos Baixinhos repetia aqueles famosos versos da música “Lua de cristal”: “Tudo pode ser, se quiser será, sonhos sempre vêm pra quem sonhar...”. A majestade falou e a moça do interior obedeceu. Feito bailarina, deu um belo “grand jeté” (salto).
“Ser comparada com Deborah me incomodou durante um tempo. Desde que apareci na TV, me diziam que eu parecia com ela. Em ‘Pé na jaca’, fomos irmãs. Não teve como fugir disso. Mas sentia insegurança. Pensava ‘Se já tem outra como eu na área, não vou conseguir espaço’. Mas isso passa. Hoje acho graça, porque já me firmei como atriz".
Em ”Pé na jaca“ (2006), Fernanda foi a espevitada Leila Barra, irmã de Beth Barra.
“Estou há quatro anos em cartaz com a peça ‘Ensina-me a viver’, em São Paulo. Atuo com Glória Menezes, que é uma diva, e com quem tenho aprendido muito. Agora, não sinto falta de novela, gosto dessa disciplina e dessa concentração que o teatro exige do ator”.
Nos palcos do Teatro Faap, Fernanda interpreta três personagens cômicas e é dirigida por João Falcão.
“Malu é solar, viva, determinada e feliz. Tive vontade de ser ela, assim que me entregaram o roteiro. Ela é independente e livre. Também prezo isso. E ainda gosto de praia, de mar, de me exercitar. Comprei uma bicicleta só por causa do filme. É que a história é mesmo encantadora. Lembra um pouco o universo do livro ‘Dom Casmurro’, sabe? Mexe com vaidades e ciúmes das relações, mas do ponto de vista masculino“.
Em ”Malu de bicicleta“, filme de 2010, a atriz interpreta a bela carioca do título, habitué da orla do Leblon. Com o longa, inspirado no livro de Marcelo Rubens Paiva, Fernanda conquistou o primeiro prêmio de sua carreira: o de Melhor Atriz no Festival de Paulínia 2010.
“Não tenho o menor problema com a nudez e a sensualidade das personagens. Na minha casa sempre se conversou sobre tudo, então tenho uma cabeça muito aberta. Em 2006, atuei em ‘A casa da Mãe Joana’, de Hugo Carvana, e fiz duas cenas de nu com Paulo Betti. Sou tranquila com meu corpo. Não sou fissurada, mas gosto de me cuidar, e o balé ajuda a manter a boa forma”
A sensual Tainacã foi uma das cinco personagens de Fernanda no cinema. Ela também participou de “Tropa de elite 1”, como a estudante Roberta.
“Saí na defensiva de Flávia desde que li sobre esse papel. Ela não é do tipo que se casa por dinheiro e interesse, é realmente apaixonada pelo marido, morre de ciúmes dele. Tô numa fase assim, apaixonada, começo de namoro... mas com alguém que não é do meio. Ao contrário de Flavinha, não sou tão ciumenta, mas tenho personalidade bem forte, gosto de encontrar sinceridade quando me relaciono“.
Ao lado de Fernanda Torres, Andréa Beltrão e Otávio Müller, a atriz diverte as noites de terça-feira no seriado “Tapas & beijos”, da Globo, como Flavinha. Na trama, ela é uma jovem ciumenta, que se apaixona pelo patrão, dono de uma loja de vestidos de noiva, e consegue se casar com ele.
“Foi por causa dos personagens cômicos da peça ‘Ensina-me a viver’ que recebi uma ligação do diretor Mauro Mendonça Filho, dizendo ‘Ei, você tem jeito para a comédia’, e me convidando para participar de ‘S.O.S. Emergência’ e dar vida a Evelin, que era engraçada, atrapalhada, deliciosa de se fazer”.
No Hospital Isaac Rosenberg, Evelin e uma equipe de médicos trouxeram humor às relações entre doutores e pacientes. Aos 30 anos, a médica era virgem, insegura, quadrada e cheia de divertidas limitações.
Fonte: Jornal Extra
debora secco esta há mais tempo nas areas.fernandinha é pura emoção,mais conteudo,tem mais talento.é mais bela sem ser vulgar.
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