quarta-feira, 25 de maio de 2011

Cláudia Rodrigues celebra retorno ao trabalho


''Os amigos me dão muita força. E os fãs são maravilhosos. Uma senhora aqui do prédio, dona Belinha, fez questão de me trazer um buquê de flores na noite em que eu voltei para o Zorra''

Existem histórias reais que superam em muito a dramaticidade e a emoção das novelas. A vida de Cláudia Rodrigues, 39 anos, é uma dessas. Ela nunca sonhou em ser atriz, não se esforçou para brilhar no teatro e na TV, mas se tornou uma das comediantes mais queridas e respeitadas do Brasil. E no auge da fama e do sucesso teve o diagnóstico de uma doença terrível, sem cura e que, com o passar dos anos, vai debilitando os dois principais instrumentos de sua profissão: a fala e o corpo.

Mas o que poderia ser o capítulo final de uma trama cruel tornou-se apenas uma reviravolta novelesca, em que a mocinha parece derrotar o vilão e mostrar que o amor ainda é o grande motor da coragem humana. Depois de um ano e três meses afastada para se tratar de esclerose múltipla, ela está de volta à TV nas noites de sábado, divertindo os fãs com a personagem  Ofélia, em Zorra Total.

Mimos de mãe 

Em sua cobertura na Gávea, zona sul do Rio, Cláudia recarrega as baterias e se diverte com a pessoa mais importante de sua vida: Iza, a filha de 9 anos, fruto  do relacionamento de quatro anos com o videomaker Brent Hieatt, 45, que terminou em 2004. Os mimos para a filha são, no entanto, apenas um reflexo do carinho que a atriz recebe da mãe, Regina, 67. As três gerações da família Rodrigues vivem juntas no espaçoso apartamento, que tem uma das vistas mais bonitas da capital fluminense. E foi lá que Cláudia recebeu CONTIGO! para contar sobre o retorno ao trabalho.

Antes, porém, lembrou que o pesadelo começou em meio às gravações da minissérie A Diarista, quando os sintomas da doença se fizeram notar. ''Eu sentia dormência no braço e todo mundo começou a sugerir um diagnóstico. Achei melhor procurar os médicos e encontrei dois anjos, os doutores Rodrigo Barbosa Thomaz e  Charles Peter Tilbery. Sei que as pessoas tremem na base quando se diz esclerose múltipla. Ninguém fica feliz em ter uma doença dessas. Sei que é crônica, mas estou bem. Tenho tomado medicamentos e sigo em frente. Pronta para trabalhar, viver e ser feliz'', diz a atriz, que estreou na TV em 1996 no programa Caça Talentos, comandado por Angélica.

O talento, mesmo, surgiu bem  antes, aos 14 anos, quando um certo professor resolveu montar o musical Os Saltimbancos na escola e a intimou a participar. ''Não tinha o menor interesse em fazer teatro. Mas a turma pressionou e eu acabei entrando e gostei. Quero dizer, gostei de ensaiar, aprender o texto, as músicas e a coreografia. Foi aí que descobri que tinha de voltar na noite seguinte e fazer tudo outra vez. Repetir tudo aquilo de novo? E todos os dias! Ah, não! Eu achei isso muito chato.''

Mas a mãe, Regina, deu a forcinha que faltava, matriculando a filha num curso de teatro e dando presentinhos provocativos. ''Ela voltou de viagem dos EUA e trouxe uma caixa de disfarces de mágica. Dentro tinha uma dentadura. Aproveitei para estreá-la numa festa a fantasia. Eu coloquei a dentadura na frente do espelho e disse sem pensar: 'Hoje eu vou beijar  muuuuuito'.'' E assim nasceu o bordão de Thalía, seu personagem na Escolinha do Professor Raimundo.

Uma zorra total

O retorno às gravações e rever a boquirrota esposa  de Fernandinho de volta às telas em 16 de abril contribui ainda mais para a felicidade da sempre bem-humorada atriz. ''Estava louca pra voltar a trabalhar. Minha relação com o Zorra Total é antiga.  Meu amor e gratidão pelo Maurício Sherman (diretor do programa) é eterna. Ele é um pai pra mim. E a Ofélia é uma personagem muito querida, tanto quanto a Marinete (de A Diarista) e a Thalía.'' 

Filmes, livros...


Quando não está nas gravações, Cláudia gosta de ficar em casa, vendo TV - seu filme favorito é Amor Além da Vida, romance de Vincent Ward, estrelado por Robin Williams e Annabella Sciorra. Além da televisão, Cláudia adora o aconchego da cama para ler um livro. ''Já li todos  os que o Chico Xavier psicografou'', conta. Em casa, a atriz gosta de surfar... na internet, embora não tenha tanta afinidade assim com a máquina. ''Não entendo nada de computador, mas gosto muito. Tive vários. Teve uma época que aqui em casa parecia lan house'', brinca.

Em defesa da causa

Mas não será apenas no humorístico que Cláudia poderá ser vista a partir de agora por fãs e amigos. Ela será mestre de cerimônias de importante evento de uma causa que lhe é muito próxima no sábado (28). ''Vai acontecer em São Paulo um evento no dia mundial da esclerose múltipla e eu vou ser a apresentadora. É importante divulgar dados sobre a doença para orientar possíveis portadores inadvertidos e, assim, diminuir a desinformação da  população, evitando o preconceito.''

A esclerose múltipla

É uma doença do sistema nervoso que atinge um público basicamente jovem, em torno dos 40 anos, e causa disfunções motoras. ''As agressões levam ao comprometimento de funções  comandadas pelos neurônios, como visão, equilíbrio e coordenação, de maneira aleatória e imprevisível. Pode levar à paralisação de orgãos vitais.'' Rodrigo Thomaz diz que a doença não tem cura, mas pode ser controlada por meio de medicamentos. Para tanto, é fundamental o diagnóstico precoce.

Fonte: Contigo

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