quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

BBB volta repaginado, mas com tipos óbvios


O recado dado pelo público parece ter sido ouvido. O “BBB” mudou. No esforço de recuperar a audiência em queda desde a quinta edição - e que atingiu seu ponto mais baixo no ano passado -, o diretor Boninho resolveu mexer no reality show mais longevo e rentável da televisão brasileira.

A repaginada começou pela vinheta de abertura. No caso, a louvável iniciativa foi um pouco prejudicada pela dificuldade de ler o que aparece escrito ao lado de cada foto.

A decisão de convocar quatro participantes ao vivo, tirados da plateia, foi outra boa tentativa de surpreender. Não vi muita lógica. Mas, em todo caso, mexeu com o imaginário do público, levado a pensar que o programa teria apenas 12 candidatos.

Cada um dos 16 “brothers” foi apresentado de forma especial - outra medida bem intencionada. Como se sabe, porém, o inferno está cheio de boas intenções. Um a um, eles se submeteram a uma encenação ridícula e ganharam uma caracterização específica – clichês batidos e fáceis de entender, como “o descolado”, a “perua”, o “galã”, a “princesa”, o “ogro” etc.

A caracterização dos 16 em tipos não chega a ser uma novidade, mas sinaliza a preocupação de explicar o jogo da forma mais didática possível ao público, e não assustá-lo. Não há “pontos fora da curva”, como a transexual da última edição ou os idosos de outra.

Preocupante no programa foi a falta de paciência de Pedro Bial com as falhas ocorridas. Assim como ocorreu na edição anterior, o apresentador tripudiou da equipe de produção. “Para variar, estou olhando para a câmera errada”, disse, ironizando, no início. “É para espiar”, provocou, fazendo careta, quando convidou o público a ver o que se passava dentro da casa e a câmera continuou mostrando o apresentador.

Ao final, Bial evocou um de seus ídolos, o apresentador Chacrinha (1917-1988), e disse que o programa estava começando “sob as bênçãos do Velho Guerreiro”. Uma benção apropriada depois do “BBB12” promover uma prova idêntica à exibida na primeira edição do programa. “Na TV, nada se cria, tudo se copia”, dizia Chacrinha.

Fonte: Mauricio Stycer, do UOL

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