O recado dado pelo público parece ter sido
ouvido. O “BBB” mudou. No esforço de recuperar a audiência em queda desde a
quinta edição - e que atingiu seu ponto mais baixo no ano passado -, o diretor
Boninho resolveu mexer no reality show mais longevo e rentável da televisão
brasileira.
A repaginada começou pela vinheta de
abertura. No caso, a louvável iniciativa foi um pouco prejudicada pela
dificuldade de ler o que aparece escrito ao lado de cada foto.
A decisão de convocar quatro participantes ao
vivo, tirados da plateia, foi outra boa tentativa de surpreender. Não vi muita
lógica. Mas, em todo caso, mexeu com o imaginário do público, levado a pensar
que o programa teria apenas 12 candidatos.
Cada um dos 16 “brothers” foi apresentado de
forma especial - outra medida bem intencionada. Como se sabe, porém, o inferno
está cheio de boas intenções. Um a um, eles se submeteram a uma encenação
ridícula e ganharam uma caracterização específica – clichês batidos e fáceis de
entender, como “o descolado”, a “perua”, o “galã”, a “princesa”, o “ogro” etc.
A caracterização dos 16 em tipos não chega a
ser uma novidade, mas sinaliza a preocupação de explicar o jogo da forma mais
didática possível ao público, e não assustá-lo. Não há “pontos fora da curva”,
como a transexual da última edição ou os idosos de outra.
Preocupante no programa foi a falta de
paciência de Pedro Bial com as falhas ocorridas. Assim como ocorreu na edição
anterior, o apresentador tripudiou da equipe de produção. “Para variar, estou
olhando para a câmera errada”, disse, ironizando, no início. “É para espiar”,
provocou, fazendo careta, quando convidou o público a ver o que se passava
dentro da casa e a câmera continuou mostrando o apresentador.
Ao final, Bial evocou um de seus ídolos, o
apresentador Chacrinha (1917-1988), e disse que o programa estava começando
“sob as bênçãos do Velho Guerreiro”. Uma benção apropriada depois do “BBB12”
promover uma prova idêntica à exibida na primeira edição do programa. “Na TV,
nada se cria, tudo se copia”, dizia Chacrinha.
Fonte: Mauricio Stycer, do UOL
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