Correspondente da Rede Globo na Ásia, o
jornalista Márcio Gomes deu detalhes de como foi detido na Indonésia, quando
cobriu a execução de Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte por
tráfico de drogas.
Em texto publicado na edição desta semana da
revista Época, Márcio comentou que a equipe da emissora estava em Manila,
capital das Filipinas, para cobrir a chegada do Papa Francisco. Mas, ao saber
que o brasileiro seria executado, trocou a pauta: "Comprei passagem, num
voo de Manila para Jacarta, sabendo que não estaríamos prontos como na viagem
papal, com credenciamento de imprensa, vistos corretos – processo de semanas.
Para a Indonésia, em cima da hora, o único visto que poderíamos ter era o de
turista".
Depois de chegar à Cilacap, cidade onde fica
o presídio, numa ilha, quatro oficiais da imigração pediram os passaportes dos
jornalistas e os levaram para o prédio da imigração, onde um encarregado fez um
interrogatório que durou três horas: "Ele anunciou a apreensão dos
documentos e me mostrou as punições a que estávamos sujeitos: cinco anos de
prisão e pagamento de multa equivalente a R$ 52 mil. Ele riu da minha cara de
susto. Teríamos de esperar no hotel uma decisão, sem poder trabalhar".
Após a ajuda da embaixada brasileira no país
asiático, a equipe soube que seria deportada: "Os mesmos oficiais do porto
ficaram conosco até o portão de embarque, no aeroporto de Jacarta. Foi quando
recebemos os passaportes de volta e nos despedimos deles. O encarregado não
sorriu".
Márcio Gomes está na Ásia desde 2013 e sedia
suas atividades no Japão, onde a Globo tem uma afiliada, a IPC.
Fonte: Na Telinha
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