Depois de uma participação especial em "Araguaia", novela que estreia na segunda-feira (27), na Globo, Regina Duarte diz que os papéis mais interessantes hoje são os das vilãs. Aos 63 anos, e mais de 45 deles na TV, a atriz não esconde o fascínio por interpretar uma personagem com doses de tirania. "A mocinha fica apoiada em uma abstração poética do amor. Como ação, não há nada para impactar ou impressionar o público. Precisa ralar para isso", avalia. Em sua estreia na TV, em 1965, Regina fez a vilã Malu em "Deusa Vencida", da extinta TV Excelsior. "Ela passava a novela toda criando empecilhos e acabando com a vida das pessoas", conta a atriz, aos risos.
Na trama de Walther Negrão, sob direção geral de Marcos Schechtman, ela vive Antoninha, que está longe de ser uma tirana. Esta será uma participação especial, pois a morte da personagem --que acontece no segundo capítulo-- desencadeia importantes acontecimentos no folhetim. "Quando o Schechtman disse que era uma participação eu fiquei muito triste, fiquei mesmo", revela Regina. Antoninha é mãe de Fernando (Edson Celulari) e avó do protagonista Solano (Murilo Rosa). Todos os homens da sua família estão marcados para morrer no Rio Araguaia e ela tenta a todo custo impedir que a sina continue.
A Antoninha é uma mulher de idade muito avançada. Você emagreceu e fez uso de uma peruca e uma máscara de látex. Como encara todo esse processo de transformação para uma personagem?
É algo que gosto. Adoraria de fazer isso para o resto da vida. Entrar às 10h e sair às 21h. Sairia feliz, cantando. Sou obcecada por estudar. Adoro o que faço e faço com paixão. Com todos os prós e os contras.
Sua última participação especial foi em "Kubanacan", de 2003. Depois disso você só fez novelas inteiras. Agora em "Araguaia" sua personagem morre logo no segundo capítulo. Como você soube que ela não continuaria na trama?
Quando o Schechtman me falou que era só uma participação especial, ah, eu fiquei muito triste, fiquei mesmo. Eu mandei um e-mail lamentando e disse que a participação era tão pequena, que eu queria ter convivido mais com o diretor, aprender mais. Eu disse se não dava para ela, ao invés de morrer, dar uma sumida, desaparecer. Aí fica: por onde andará a Antoninha? Eu adoro esse mistérios (risos). Sou da época de Janete Clair, mas ele explicou que não dava. Que a novela já estava escrita. Então falei: 'vamos lá'!
Há 25 anos, em "Roque Santeiro", de Dias Gomes, você e Lima Duarte interpretaram o casal Viúva Porcina e Sinhozinho Malta. Como foi o reencontro em "Araguaia", agora que ele interpreta Max, o grande inimigo da sua personagem?
Eu vi que era só uma cena com ele, mas antes uma do que nada! Sou muito positiva, sou meio Pollyana (risos). Que bom que tive uma boa cena com ele. Foi delicioso, desde quando a gente se encontrou nos workshops, nos corredores, quando a gente ensaiou. O Lima é um colega extraordinário, um ator emocionante e estou muito feliz com esse encontro.
Depois de "Araguaia", você tem algum projeto de voltar para a TV?
Tenho uma participação no seriado "As Cariocas", com direção de Daniel Filho, que é o meu mestre, é o grande cara que apostou e acreditou em mim. Vontade de voltar eu tenho, porém não tenho sido chamada, mas mesmo que tivesse sido chamada, talvez não aceitasse. Não quero fazer qualquer coisa. Quero fazer coisa boa. E quero honra meu passado, minha história.
Fonte: UOL TV
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