quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Globo recupera essência e agrada ao público


Já diz o velho ditado que ser pedra é melhor do que ser vidraça. A TV Globo se acostumou a ser um belo e reluzente vidro, por conta de sua presença de mercado. Natural que qualquer erro ou problema na emissora de Roberto Marinho ganhe grandes proporções.

E nos últimos tempos, as novelas - o melhor produto do padrão Globo de qualidade - têm patinado na audiência, para delírio dos críticos de plantão. "Negócio da China", "Tempos Modernos" e "Viver a Vida" são alguns exemplos recentes de baixos pontos no Ibope, cada qual em uma das faixas de horário da teledramaturgia.

Porém, como há muito não se via, atualmente a Globo tem três folhetins que são sucessos: "Escrito nas Estrelas", "Ti-Ti-Ti" e "Passione". Não somente em audiência, mas também em qualidade. O trio de novelas resgatou a essência e desejos de seus públicos.


“A espiritualidade de 'Escrito nas Estrelas' é um tema que atrai bastante o público em geral. E é também quase a história da ‘Cinderela’, com a moça que era empregada da casa e que se apaixona pelo patrão. O público que assiste a novela das seis é um público mais romântico. Já a das 19h, ‘Ti-Ti-Ti’, conta com um elenco de primeira. Cláudia Raia, Murilo Benício e Alexandre Borges estão ótimos, todos arrasando! O público gosta de humor, de se divertir. ‘Passione’, a trama das 21h, também é muito bem construída. O Sílvio de Abreu [autor] está trazendo de volta o público fiel e cativo do horário nobre. A história tem mistério, suspense, ou seja, é muito boa em todos os sentidos e super bem escrita", definiu Patrícia Kogut, jornalista de "O Globo".

“O expectador gosta do folhetim, do romance. O cara que sabe contar uma história, tem que contá-la bem, da melhor forma possível. Não acredito que o espectador não curta temas modernos. Se não houver audiência, a história é que foi ruim mesmo, não há como negar", disse.

A novela das 21h, “Passione”, começou a subir os pontos já na primeira semana do mês de agosto. Só para se ter uma ideia, desde a sua estreia, no dia 31 de maio, a novela de Sílvio de Abreu teve seu recorde de 38 pontos, com picos de 42. E, mais especificamente, em seu primeiro capítulo alcançou 42 pontos de audiência e 69,19% de share. Lembrando que, atualmente, “Passione” vai ao ar logo após o prolongado horário político.


O remake de “Ti-Ti-Ti” vem cumprindo bem a missão de recuperar a baixa audiência que sua antecessora, “Tempos Modernos”, deixou lá embaixo na faixa das 19h. A novela anterior teve média de 25, chegando algumas vezes até a míseros 22 pontos.
 
"Ti-Ti-Ti", assinada pela autora Maria Adelaide Amaral, é hoje considerada o maior sucesso da TV Globo e, passou a ser “a menina dos olhos” da emissora carioca. Raramente, a novela fica abaixo de 30 pontos no Ibope, marca essa, considerada excelente para o horário das sete.

Já a novela das 18h, “Escrito nas Estrelas”, também se destaca em relação à boa audiência e é muito bem quista pelo público, até por se tratar de um tema que os brasileiros adoram: a espiritualidade!

Não é de hoje que tramas que falam sobre religião e espiritualidade são muito bem aceitas pelos telespectadores. É só lembrarmos das novelas “A Viagem”, exibida em 1994 e escrita por Ivani Ribeiro, e “Alma Gêmea” (2005), de Walcyr Carrasco, sendo que, essa última, tinha média de 40 pontos no ibope.

A concorrência de seriados e da internet, assim como o crescimento econômico e também a mudança de hábitos e de comportamento do telespectador, podem ser fatores que explicam quando há queda de audiência na TV. Vale ressaltar que, em 1998, o Brasil tinha um milhão de internautas. Hoje, já são 42 milhões. Com isso, há menos pessoas vendo TV aberta no país.
 
Em busca de uma nova fórmula, a Globo flertou com a modernidade. Porém, não obteve muito sucesso quando suas novelas fugiram desse padrão pre-estabelecido historicamente.

O diretor de "Escrito nas Estrelas", Pedro Vasconcelos, disse que história boa e cativante é o que todo público quer, independente de idade, classe social ou religião.

“Eu penso da seguinte forma: sendo a história uma inovação ou não, a novela deve ter um bom enredo, tem que ser boa, se não, de nada adianta e refletirá, é claro, na audiência. A trama deve ter bons diálogos, ser ágil e centrada, tal como eu acredito que a Elizabeth Jhin [autora] vem fazendo em ‘Escrito nas Estrelas’, que eu dirijo. Afinal, se a história é realmente muito boa, o público vai aprovar também”, explicou.

De fato, o telespectador passou a ficar mais exigente. Pois, tendo mais acesso à informação, o público espera mesmo é ser surpreendido. A produção precisa ser impecável, com texto bem escrito, uma história diferente e o elenco, é claro, cativante.

Para Patrícia Kogut, quando o assunto é novelas, a criatividade é sempre o melhor remédio contra a baixa no Ibope. "Um dos grandes atrativos ao se ver uma novela também é, muitas vezes, o local onde a trama se passa. Talvez o fato de mostrar as belezas e a cultura da Índia explique o sucesso que foi 'Caminho das índias', de Glória Perez", completou.

Fonte: Famosidades

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