terça-feira, 21 de junho de 2011

Calloni se emociona com papel de Dolabella


Quando recebeu o convite para atuar em "O Astro", com estreia prevista para julho, Antônio Calloni teve muitos motivos para celebrar. Fã confesso de Janete Clair, integrar o elenco da adaptação da novela exibida em 1977 era a oportunidade de trabalhar, pela primeira vez, em uma obra da autora. A produção é uma comemoração da Globo pelos 60 anos de dramaturgia e o ator ainda ficou com um papel que foi de Carlos Eduardo Dolabella, o poderoso Natalino Pimentel, que na versão original se chamava Natalício Valença. "Atuamos juntos em 'Hipertensão'. Em uma entrevista, o Dolabella falou muito bem do meu trabalho. Fazer um papel que foi dele é uma forma de homenageá-lo", derrete-se, lembrando de seu trabalho de estreia em novelas, em 1987.

Faz 34 anos que "O Astro" foi ao ar e Calloni ainda lembra da novela, embora não com detalhes. Apesar de o personagem já ter sido interpretado uma vez, o ator busca uma atuação independente do que já foi feito. "Considero o Dollabela um grande ator, mas quero fazer algo dentro do meu processo criativo, da minha imaginação e a partir das minhas referências", ressalta o paulistano, que já mora no Rio há 20 anos. Tanto tempo na capital carioca facilita o processo de observação. Isso porque, na história, ele dá vida ao poderoso dono da boate Kosmos e influente patrono de uma escola de samba no subúrbio do Rio de Janeiro. "É uma realidade próxima, apesar de não vivenciar. O processo de observação e imaginação é onde o ator navega bem. A gente tem de fazer dessa realidade inventada algo crível para quem está assistindo", explica.

Com 25 anos de televisão, Calloni já foi do mocinho ao vilão ressaltando os tipos pouco convencionais do currículo. Agora, na adaptação de Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro, ele alterna o jeito grosseirão com momentos extremamente sentimentais. Esse lado sensível é exposto principalmente no que diz respeito à relação de Natalino com a avó. "É aquela história: 'os brutos também amam'. Dentro da truculência dele, é um cara emotivo. Isso é que é muito saboroso", conta. De bigode e roupas coloridas, Calloni vai apresentar um visual cafona e divertido. "É um gosto bastante duvidoso, mas ele é o poderozão do subúrbio. As roupas são  extravagantes, com correntes de ouro e tudo bem colorido", adianta.

Batizada de macrossérie, a nova versão de "O Astro" será contada em 60 capítulos. O formato é aprovado pelo ator, já que uma obra menor pode ter uma maior qualidade e cuidado. Mas ele garante não ter preferências por obras de curta ou longa duração. "O que me chama a atenção, fundamentalmente, é a qualidade do personagem. Tanto faz o tamanho da obra. Dou preferências para papéis que me estimulem e que me provoquem", destaca. Calloni não esconde a ansiedade com a estreia do "remake". Até porque, é evidente a nostalgia do telespectador por tramas antigas, visto o sucesso de "Ti-Ti-Ti" e as novelas reprisadas no canal pago Viva. "Não sei se as novelas eram piores ou melhores. Acho que eram mais atrevidas, corajosas e provocantes. Essa nostalgia que as pessoas sentem é para ser levada em conta", analisa.

Fonte: UOL TV

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