segunda-feira, 1 de novembro de 2010

"cinquentonas" brilham em papéis secundários


A falta de bons papéis para artistas depois dos 50 anos é um fantasma que vem assombrando algumas profissionais. Recentemente, Regina Duarte assumiu estar passando por uma fase de transição na carreira. Com uma participação de apenas dois capítulos em “Araguaia”, a eterna namoradinha do Brasil revelou na época que está se adaptando às mudanças que a idade traz para a carreira de uma atriz.

"Eu estou vivendo uma transição... Eu vou me adequar. Eu posso voltar a ser uma protagonista, como posso não voltar", revelou. A atriz confessou, porém, que não está descontente com as mudanças sofridas pela ação do tempo e que tudo requer adaptação. Outra que assumiu recentemente sofrer do mesmo mal foi Sônia Braga. A Gabriela, como é lembrada até hoje, revelou em um encontro da série "A História da Telenovela", realizado no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, que está “desempregada e disposta a trabalhar”.

O interesse pelo tema nos levou a fazer uma análise das recentes protagonistas da telinha. Chegamos à conclusão que as mocinhas realmente foram substituídas por atrizes da nova geração, porém o mesmo não vem acontecendo com os homens. Vejamos: Taís Araújo protagonizou “Viver a Vida” ao lado de José Mayer; Nathalia Dill dividiu o sucesso de “Escrito nas Estrelas” com Humberto Martins; e Mariana Ximenes brilha no horário nobre ao lado de Tony Ramos, em “Passione”. Elas estão longe de serem consideradas “cinquentonas”, já eles...


Questionamos o fato com alguns artistas desta geração, mas a maioria não quis comentar o assunto. Susana Vieira, sempre sincera, discordou que haja essa rivalidade e fez questão de opinar. Para ela, a falta de produções mais curtas foi apontada como fator principal para este dilema de papéis.

“Na minha opinião, o que vem acontecendo é que as novelas estão mais longas e temos, hoje, mais profissionais no mercado. Aliás, parece que nasce um ator todo dia [risos].Talvez se as novelas tivessem menos capítulos, como antigamente, atenderia a demanda de profissionais do mercado”, falou.

Voltando às mulheres, o fato é que, protagonistas à parte, as atrizes que perderam seus postos para as mocinhas, digamos, bem mocinhas mesmo, roubam a cena esbanjando talento por onde passam. A Clô, vivida por Irene Ravache em “Passione”, é um bom exemplo disso.

A personagem chamada de Rainha do Lixo é super carismática e caiu nas graças do público com sua irreverência e autenticidade. E mesmo fora do núcleo Gouveia, a esposa de Olavo (Francisco Cuoco) vem se destacando no folhetim de Sílvio de Abreu. Outra atriz que foge aos padrões de protagonistas, mas sempre diverte o público com suas personagens hilárias é Zezé Polessa. A Sofia de “Escrito nas Estrelas” cativou os telespectadores e arrasou na novela mesmo sendo uma "vilã". 

E como não deixar de citar Lília Cabral? Longe de ser a Helena de Manoel Carlos, a atriz roubou a cena da protagonista de “Viver a Vida”. Ex do mocinho da trama, o sedutor Marcos (José Mayer), Tereza até participava do núcleo central, mas não era considerada a atriz principal. Durante a novela, a atriz provou que talento não tem nada a ver com protagonista e fez um trabalho brilhante.

Claro que isso não é uma fórmula matemática. Tem que acontecer uma química entre artista e personagem. E mais do que isso. É preciso uma boa dose de talento para fazer essa receita dar certo. E se a tendência for mesmo reciclar o mercado da teledramaturgia, as “cinquentonas” devem levantar a cabeça e bola pra frente.

Susana Vieira, que sempre atua em papéis de grande destaque na telinha, revelou que não se preocupa com essa tendência e se tiver que fazer o papel da avó, fará com muito prazer. “Adoro ser avó, tenho dois netos lindos na vida real e adoro o meu trabalho. Aceito qualquer papel. Faço o que o autor manda. Gosto de ser dirigida. Se é para ser avó, serei avó. Se me quiserem como bisavó, serei bisavó. Claro que serei uma 'bisa' muito vaidosa [risos]”, brincou.


Outra atriz que não se importa em receber papéis mais maduros é François Forton. A atriz, que fez uma participação em "Ribeirão do Tempo", interpretando a Dirce, assassinada no início da novela, revelou que o tempo passa e as mudanças são inevitáveis. "Eu tenho consciência de que não tenho mais quinze anos. Eu já tive minhas protagonistas, mas hoje em dia não me importo em fazer outros papéis", disse.

Com um trabalho atrás do outro, François contou que não tem do que reclamar, e que o sucesso de um personagem depende muito da aceitação do público. "Eu acho que se o artista tem um bom papel e faz um bom trabalho, o público se identifica", concluiu.

Fonte: Famosidades

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