1. Rachel Sheherazade e o “adote um bandido”
No dia 4 de fevereiro, ao noticiar o episódio
em que um grupo de rapazes havia prendido um ladrão com uma trava de bicicleta
em um poste, a âncora do “Jornal do SBT” comentou que se tratava de “legítima
defesa do cidadão de bem” diante da omissão do estado. E complementou: “aos
defensores dos Direitos Humanos que se apiedaram do marginalzinho, eu lanço uma
campanha: faça um favor ao Brasil, adote um bandido”. O comentário de
Sheherazade rendeu processo ao SBT e gerou uma série de protestos. Para piorar,
descobriu-se meses depois que os tais cidadãos de bem não passavam de
traficantes de classe média do bairro.
2. O Horário Eleitoral
Entre 19 de agosto e 24 de outubro a TV
aberta viu seu espectador migrar em massa durante o horário político. Foi um
dos momentos mais maçantes (para usar um termo bem ameno) da televisão.
Dispendioso, não acrescentou nada a coisa nenhuma no que diz respeito ao
esclarecimento do eleitor. Quem gostou foi a TV paga, que viu seus números
crescerem de forma exponencial no período.
3. Os debates presidenciais
Ok, já esperávamos ataques gratuitos, muita
maquiagem de dados e respostas evasivas. Mas os debates de 2014 chamaram a
atenção pela agressividade e baixo nível na argumentação dos candidatos. O que
era ruim no primeiro turno só piorou no segundo. O ápice foi o debate no SBT, o
mais criticado pelos espectadores nas redes sociais.
4. “Tá na Tela”
No início de agosto a Band colocou no ar o
“Tá na Tela”. Apresentado pelo “Menino de Ouro” Luiz Bacci, o vespertino
prometia ser mais um programa de variedades para donas de casa. Seu conteúdo,
porém, foi pautado no pior do sensacionalismo. A ponto de José Luiz Datena,
apresentador do não menos sensacionalista “Brasil Urgente”, reclamar da
“concorrência”. Com a audiência em baixa, o programa teve seu fim anunciado
para dezembro.
5. “A Fazenda”
A sétima edição do reality show da Record viu
sua audiência despencar na edição 2014 e teve dificuldades para arrumar
patrocinadores. Há quem coloque a culpa no excesso de subcelebridades e
personagens desinteressantes. Há quem diga que a fórmula do programa está se
esgotando. Mesmo assim a televisão continua infestada de realities e tudo
indica que vem mais por aí.
6. A polêmica do “beijo gay”
Uma história que já cansou. Teve auê com o
beijo entre o personagem de Mateus Solano e Thiago Fragoso em “Amor à Vida”.
Teve polêmica no beijo entre as personagens de Giovanna Antonelli e Tainá
Müller na novela “Em Família”. Teve censura ao beijo entre os personagens de
José Mayer e Klebber Toledo em “Império”. Teve o SBT editando beijo gay em
novela mexicana. Para quem apenas quer ver uma história bem contada isso é um porre.
Histórias ou são boas ou são ruins e beijo é apenas uma cena. Bora entrar no
século 21?
7. A polêmica de “Sexo e as Negas”
Bastou Miguel Falabella anunciar o título da
nova série para que ativistas do movimento negro e feministas saíssem pedindo a
interdição do programa. O mais bizarro é que isso aconteceu antes do primeiro
episódio ir ao ar. Quer dizer, a velha lógica do “não vi e não gostei”. Passado
o furor, constatou-se o óbvio: como diria Shakespeare, foi “muito barulho por
nada”.
8. A entrevista de Luciana Genro no “The Noite”
Durante a campanha eleitoral Danilo Gentili
expôs um constrangedor momento de despreparo jornalístico ao entrevistar
Luciana Genro, candidata à Presidência da República pelo PSOL. Misturando alhos
com bugalhos e cheio de argumentos dignos de post em rede social, Gentili teve
de ouvir um “se tu estudasse um pouco mais ia conhecer o assunto”. Acabou
virando meme na rede.
9. O fim de “A Grande Família”
No dia 11 de setembro, depois de 14 anos no
ar, Lineu, Nenê, Agostinho, Bebel e Tuco se despediram dos telespectadores. Foi
o último episódio de um dos seriados de humor mais bem sucedidos da TV. O
curioso é que o programa tinha boa audiência. Com o final do humorístico a
televisão perdeu um pouco de sua graça.
10. A transmissão do show de Paul McCartney no Multishow
No dia 25 de novembro fãs de Paul McCartney
se postaram alegremente diante da TV para assistir a transmissão ao vivo do
show do cantor. A alegria se transformou em fúria quando, depois de um longo
atraso, o espectador viu a apresentação ser interrompida bem no meio de “Live
and Let Die”. Posteriormente a emissora explicou que o problema ocorrera porque
havia um acordo com a produção de McCartney que limitava o tempo de
transmissão. Mas aí o estrago já estava feito.
11. A insistência do “Vídeo Show”
Ao longo do ano, como já ocorre há algum
tempo, assistimos o programa vespertino da Globo se arrastando pela tela. E,
como já ocorre há algum tempo, assistimos a uma série de mudanças no formato
que não deram em nada. E, como já ocorre há algum tempo, assistimos sua
audiência despencando cada vez mais.
12. Silvio Santos e o cabelo da atriz
Em seu programa do dia 10 de novembro, Silvio
entrevistava Julia Olliver, atriz de “Chiquititas” e perguntou o que ela
gostaria de ser quando crescesse. Julia respondeu, “atriz ou cantora”. E Silvio
ironizou: “mas com esse cabelo?”. Grosseiro, desnecessário e sem graça. Ao que
consta, Silvio não se desculpou pelo episódio.
13. A disputa por exclusividade da ex-modelo viciada em crack
O “volume morto” do jornalismo televisivo foi
utilizado no final de novembro, quando programas sensacionalistas entraram em
clima de guerrilha na ânsia de entrevistar Loemy Marques, a ex-modelo vitimada
pelo crack. Uma ONG chegou a reclamar que Loemy havia sido coagida pela
produção de determinado programa. Como diria Boris Casoy, “uma vergonha”.
Fonte: Yahoo
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