Dois acontecimentos me chamaram a atenção em
relação a “Império” recentemente. A quantidade de elogios dos leitores à trama,
o que quem está acostumado a ler comentários em blogs sabe que não é tão comum,
e o fato de bastante ser procurada por amigos pessoais em busca de informações
sobre os próximos capítulos da novela. No mínimo, um bom sinal.
Mas daí acontece o inesperado. Uma das
principais personagens da novela, Cora, tem sua trajetória abalada devido ao
afastamento da atriz Drica Moraes. A solução encontrada pelo autor não poderia
ser mais inusitada: Marjorie Estiano, que assumiu a vilã na primeira fase da
novela, voltou. E é totalmente compreensível que esta mudança cause um enorme
estranhamento no público.
De qualquer maneira, ainda vale a pena
acompanhar a trama de Aguinaldo Silva. Por um simples motivo: “Império” foge do
óbvio sem deixar de ser um novelão tradicional, do jeito que o povo gosta.
Em qualquer novela que se preze, o mocinho,
no caso José Alfredo (Alexandre Nero), passaria a novela inteira longe de seu
grande amor, mas, no final, terminaria nos braços da amada. No caso do folhetim
das nove, a mocinha Eliane (Malu Gali) morreu. Nada de encontros e reencontros
entre os protagonistas, mas sim uma sucessão de outras histórias, igualmente
marcantes e interessantes.
Para quem ainda não se rendeu ou cogitou
desistir da novela, aí vão mais 5 motivos para amar “Império”:
1)
O protagonista José Alfredo é fascinante e extremamente autêntico. Ele é
complexo e ambíguo. Consegue ser adorável e detestável ao mesmo tempo, um
perfeito anti-herói.
2)
A vilã Cora é outra personagem ótima, principalmente depois que deixou seu lado
mais cruel aflorar - abandonando o lado cômico. Drica Moraes estava perfeita no
papel, e seu afastamento é sim lamentável, mas a personagem continua em
excelentes mãos. Marjorie Estiano é uma atriz muito competente e dá conta do
recado.
3)
Maria Marta (Lília Cabral) tem grandes momentos. Ela desce do salto quando
preciso - como quando comeu frango de padaria para tentar destruir o romance de
José Alfredo e Ísis (Marina Ruy Barbosa) ou quando rolou no chão com Cora -,
tem uma língua afiadíssima, mas emociona em seus momentos de fragilidade. A
química entre Nero e Lília Cabral e o talento de ambos fazem com que Marta e Zé
sejam o melhor “não-casal” da novela - e de muitas outras também!
4)
O trio hilário de Santa Teresa, formado por Xana (Ailton Graça), Naná (Vivianne
Araújo) e Lorraine (Dani Barros). As cenas das três são engraçadas na medida
certa.
5)
A língua afiada de Aguinaldo Silva é um capítulo à parte. Da mesma forma que o
autor diverte com suas cutucadas, consegue levantar debates importantes. Por
falar no novelista, que outro autor escreveria uma festa de não-casamento? O
momento foi ótimo para mostrar a força de Maria Clara (Andreia Horta) e, por
contar com atuações excelentes, não pareceu tão absurdo quanto deveria.
Fonte: Yahoo
Nenhum comentário:
Postar um comentário