sexta-feira, 30 de julho de 2010

Os erros de "Uma Rosa com Amor"


"Uma Rosa com Amor", a novela do SBT, está indo para seu quarto mês de exibição em junho e ainda não mostrou a que veio. Várias semanas de novela no ar e o máximo que se viu foi um pico de 9 pontos, que ameaçou a vice-liderança da Record, mas que na média geral, está longe de fazer o "Jornal da Record" se mexer mesmo.

Existem inúmeras razões para a baixa audiência da novela de Tiago Santiago. A fotografia, a iluminação, a agilidade das cenas, a história, o elenco são apenas algumas das razões que mostram que a grande verba destinada para o folhetim jamais será revertida em sucesso enquanto não houver gente que entende do que está fazendo no comando.

Começando pela fotografia e pela iluminação: ainda não acenderam a luz dos cenários. É tudo muito escuro, pesado, o que ajuda a afastar o telespectador da frente da televisão. Isso tudo é agravado pela agilidade do texto do autor e da forma de como ele é tratado pelo diretor Del Rangel. Não raramente uma cena de "Uma Rosa com Amor" tem seis, sete, quem sabe oito inacabáveis minutos. Aquelas cenas do cortiço, onde mora a Betty Faria, são sonolentas e demoradas. Nunca nada acontece. Toda vez que sintonizo na novela, alguém está cortando tomate, cebola, ou algum alimento, até que alguém chega com um alguma fala que pouco - ou nada - acrescenta ao irrelevante núcleo. É uma pena que a Jussara Freire, Betty Faria, Etty Fraser e outros grandes atores estejam tão perdidos nesse texto. E como prova de que é possível ter um núcleo de apoio interessante estava em "Caras & Bocas". Elizabeth Savala, Bete Mendes, Danieli Haloten e outros tinham, cada um, uma história.

A história de "Uma Rosa com Amor" também é outro problema que influencia e muito em seu baixo desempenho. A mocinha secretária que se apaixona pelo mocinho executivo se repete tanto que até mesmo atualmente, uma outra novela, "Bela, a Feia", relata o mesmo tema. E olha que a Record chegou atrasada, porque as outras franquias da Feia tinham como argumento principal a mesma história.

Por fim, chama atenção a postura de Tiago Santiago em relação à sua primeira novela no SBT. Realmente difícil de entender. Semanas antes da estreia, o autor gabava-se de ter uma superprodução a sua disposição e que jamais escreveria folhetins violentos, como os que tinha na Record, pois depois que tinha virado pai, estava pensando mais no que seu filho poderia se deparar ao ligar a televisão, ainda mais em uma de suas obras. Atitude até nobre, embora, na minha opinião, descabida. Sendo assim, os roteiristas de "Rambo" jamais teriam filhos. Mas voltando à novela, recentemente, ao perceber que a história cômica e romântica proposta inicialmente não estava dando certo, Tiago declarou à imprensa que pretendia inserir ação, perseguição e adrenalina. E toda aquela história de antes? Era demagogia? O pior de tudo é que a declaração inicial, de que sua novela não teria ação, tiros ou adrenalina, e a atual, contradizendo tudo que havia dito, só leva a crer que o autor não se garante com sua própria história e que ainda não tem capacidade de lidar com um texto sem o uso das famosas "muletas". Pode até não ser isso, mas a impressão passada é essa...

Fonte: Na Telinha

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