sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Atores falam dos primórdios da TV no Brasil

Neste sábado (18/9), a TV brasileira vai estar em festa. Há exatos 60 anos, o jornalista Assis Chateaubriand fundava a TV Tupi. Alguns artistas como Lima Duarte, Paulo Goulart, Nicette Bruno e Eva Wilma estão no ar desde então e recordam histórias que marcaram suas vidas.
           

Eva Wilma


Tenho 56 anos de carreira e gosto muito do que faço. É difícil escolher só um momento, mas, para mim, foi muito marcante o meu trabalho na versão original de ‘Mulheres de Areia’, na TV Tupi. Lembro-me que, na época, batemos todos os recordes de audiência e até a Regina Duarte chegou a me dedicar um prêmio.

>> Eva Wilma interpretou as gêmeas Ruth e Raquel em “Mulheres de Areia” (1973), de Ivani Ribeiro. A atriz formava par romântico com o ator Carlos Zara, com quem se casou. Por sua atuação recebeu o prêmio de melhor atriz da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

Lima Duarte


Nesses 60 anos da história da TV vi e vivi muita coisa como o homem pisar na Lua, o Brasil ser campeão várias vezes, a riqueza da década de 60, que, na minha opinião, é uma das mais importantes da nossa história. Também trabalhei com pessoas inesquecíveis como o Cassiano Gabus Mendes, o Boni, o Walter Foster, o Oduvaldo Vianna... De todos os personagens, tenho um carinho especial pelo Sassá Mutema. Acho que a novela ['O Salvador da Pátria'] não foi bem compreendida. Ela não tinha aquela coisa de fulano vai casar, vai se separar. Era só a história de um homem. Ele não sabia ler, escrever, não sabia nada, mas pegava as flores e elas floresciam. Só que quando ele foi crescendo e aprendendo mais, as flores começaram a morrer na mão dele.

>> “O Salvador da Pátria” (1989) foi baseada em um "Caso Especial: O Crime do Zé Bigorna", de Lauro César Muniz, exibido pela Rede Globo em 1974. O autor também se inspirou na conjuntura política brasileira da época.

Paulo Goulart


O que de mais significativo aconteceu nestes 60 anos foi o avanço tecnológico. Mas é claro que também temos saudade e boas recordações de muitos momentos. O meu primeiro contrato de trabalho foi com a TV Tupi, em 1951, para fazer o personagem ‘Boca Mole’ que, como o próprio nome diz, falava assim bem mole [e pronuncia as palavras lentamente]. Ele foi criado pelo Mazzaropi, que foi um grande gênio não só da TV como do cinema. O Mazzaropi inventava as histórias e os personagens na hora, era muito engraçado.

>> O personagem Boca Mole integrava o humorístico “Rancho Alegre”, da TV Tupi, criação de Mazzaropi. O programa foi lançado dois dias após a criação da TV, em 1950.

Nicette Bruno


Estou ligada à TV desde o início da TV Tupi. São muitos anos de história, mas posso dizer que sinto saudade do teleteatro [formato inicial da televisão ao vivo], daqueles shows maravilhosos e também de todas as pessoas da TV que se foram, mas que vão continuar para sempre na nossa memória. Acho muito bom, por exemplo, que agora exista o canal TV Viva que reprisa programas antigos. Assim podemos rever antigos companheiros.

>> Nicette Bruno participou de novelas de grande sucesso na TV Tupi, entre elas “Meu Pé de Laranja Lima” (1970), de Ivani Ribeiro; “Éramos Seis” (1977), de Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho; e “Como Salvar Meu Casamento” (1979), escrita por Edy Lima, Ney Marcondes e Carlos Lombardi.

Fonte: UOL TV

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