Por volta das 11 da noite, na Globo, uma moça come um gafanhoto, uma outra ingere um ratinho e um sujeito engole uma barata. Na Record, Tom Black bate Nise Palhares e se classifica para a final de um programa de calouros cujo formato foi criado nos Estados Unidos e é exibido em outros 40 países. Na RedeTV, “famosos fazem regressão” e um deles, engatinhando, “encontra” a avó que morreu quando ele tinha apenas 2 anos. Na Gazeta, Ronnie Von recebe Marcos Oliveira, o Beiçola de “A Grande Família”, que diz: “O Beiçola gostaria muito de ser o Ronnie Von”. Na “Praça É Nossa”, no SBT, um “comediante” conta a seguinte piada: “Uma descarga dá pra disfarçar. Mas duas descargas você fez cocô”.
A televisão brasileira está completando 60 anos, mas parece ter apenas seis meses de vida. Vive um momento de regressão, como o promovido por Luciana Gimenez em seu programa. Todo o desenvolvimento tecnológico recente tem sido usado no esforço de rebaixamento da qualidade, em busca de um espectador com idade mental na faixa dos 10 anos.
Há exceções, é claro. Mas o panorama geral, na TV aberta, é desalentador. Sensacionalismo, assistencialismo, populismo: eis a tríade que governa a programação hoje – matinal, vespertina e noturna. Embalando tudo isso, o conservadorismo, já que é muito mais fácil, e menos arriscado, comprar (ou copiar) formatos estrangeiros já testados do que investir em inovação.
Qualquer critica a este modelo é vista com desprezo sob o argumento que o objetivo básico da TV aberta é o entretenimento. Não está se questionando este princípio. O problema é achar que o espectador é uma criança que não quer pensar.
Fonte: Mauricio Stycer, do UOL
Concordo em gênero, número e grau. Eu http://tvcinemaeafins.blogspot.com/já falava sobre isso no meu blog:
ResponderExcluirConcordo em gênero,númeroe grau. Eu já falava sobre isso, aqui: http://tvcinemaeafins.blogspot.com/
ResponderExcluirTem razão Alfeu. Muito pertinentes os seus comentários. Também assino embaixo. Tanta gente boa e criativa por aí, esperando há anos por uma simples oportunidade e os "manda-chuvas" da TV aberta insistem em colocar essas porcarias no ar. Dias desses o Boni dizia no "Roda Viva" que a nossa TV atravassa uma fase de falta de criatividade. Mas o problema não é dos roteiristas, e sim das emissoras que não investem em novos talentos, em novos formatos, etc.
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