quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Hélio Costa relembra seus tempos no "Fantástico"


Nas noites de domingo, entre os 1970 e 1980, a cara dele na telinha da televisão era garantia de reportagens de tirar o fôlego. Na lista das mais famosas, a campeã na memória dos telespectadores, quem não lembra?, é a incrível história do menino da bolha. Em "Lembranças de um Tempo Fantástico" (Editora Benvirá), livro a meio caminho entre autobiografia e testemunho, o repórter Hélio Costa conta os bastidores desta e de muitas outras reportagens que marcaram época.

Um pouco da vida dele em Barbacena, Minas Gerais, mas principalmente retratos, perfis, flagrantes do que ele viu e conheceu enquanto corria o mundo como repórter internacional - esteve em 73 países e cobriu conflitos em El Salvador, Nicarágua e no Oriente Médio. Nesta longa estrada, ele colecionou histórias de vida que não couberam nos minutos de reportagem, mas se transformaram no que ele chama de "documentos humanos", pérolas para seu livro de lembranças.

A história por trás da história. Hélio Costa abre sua reprise emocional com o drama do menino da bolha e seu mundo de plástico, recorde de audiência no "Fantástico". Mas, suas lembranças trazem outras célebres entrevistas. Por exemplo, Johnny Weissmuller, o homem que lotou cinemas nos idos de 1940 e 1950, com seu grito de guerra de Tarzan. A edição final da reportagem preservou o mito, confessa o repórter, mas na verdade, o aposentado herói das selvas sacou de sua velha garganta "apenas um gemido baixo e rouco, e mais nada".

Pelas páginas do livro, como fotos de um rolo de filme, as histórias são pura imagem: os guerrilheiros latino-americanos na América Central, a morte e o perigo nas coberturas de guerra, a confissão dolorosa de Ted Kennedy sobre o assassinato do irmão, a busca pelo túmulo de Walt Disney, o James Bond do Texas que não tinha as duas mãos, a fama de Pelé na África, e ainda grandes reportagens sobre ciência e saúde.

Destes personagens fantásticos que fizeram ou não parte das reportagens, Hélio Costa diz que "nenhum ficcionista seria capaz de inventá-los, pois têm a grandeza e a fragilidade que só os seres humanos reais costumam ter". Para o repórter, que deixou a profissão para se dedicar à política - foi deputado federal, senador e ministro das telecomunicações do governo Lula -, eles foram companheiros em uma longa peregrinação pelo mundo e fizeram com que essa viagem se tornasse inesquecível.

Fonte: Livraria da Folha

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