Júlia Lemmertz vivenciou uma noite emocionante, na quarta-feira (13). A atriz, que faz parte do elenco de “Araguaia”, participou do lançamento do livro sobre sua mãe, Lilian Lemmertz, intitulado “Lilian Lemmertz – Sem Rede de Proteção”. Além da presença de amigos, Júlia também contou com o carinho do marido, Alexandre Borges, que veio direto das gravações da novela “Ti-ti-ti” para a noite de autógrafos, realizada na livraria Travessa, no Rio de Janeiro.
Sensibilizada pelo momento, Júlia comentou que sua mãe gostaria e muito do marido. “Minha mãe ia amar o Alexandre. Uma pena que não o conheceu. Mas fico feliz que meu pai conheceu o Ale. Ele tinha paixão pelo Alexandre”, disse ela.
Segundo o ator de “Ti-ti-ti”, foi marcante para Júlia relembrar da carreira da mãe por conta do livro. “Foi bastante emocionante reviver os fatos. O Cleodon [Coelho, autor da obra] fez um trabalho de garimpo muito grande. Coisas que a Júlia nem sabia”, contou o ator. “É uma grande homenagem e um resgate para essa grande atriz. Elas são parecidas fisicamente e no talento”, completou Alexandre que é casado há 17 anos.
Enquanto distribuía autógrafos, Júlia contou alguns fatos vividos pela mãe que ela só soube com a produção do livro. “Ela fazia desfile de chapéu em Porto Alegre. Fotos que vi dessa época e que também não conhecia. É curioso ver outras pessoas escrevendo sobre sua mãe”, disse ela, que se surpreendeu com as descobertas do autor.
Desde o início, a atriz de “Araguaia” viu com bons olhos o trabalho de Cleodon. “Foi muito lindo pegar todo esse material da minha mãe e reunir em um livro e manter a memória dela. Já tinha muitas coisas, mas faltavam as coisas de teatro, da família e de Porto Alegre. Meus filhos [Luiza e Miguel] não conheceram a avó. Fazer isso era uma forma de juntar as coisas em um só lugar. Miguel nasceu bem depois. Sabe que a avó era atriz, mas era legal saber mais sobre a história dela. O Cleodon me ligou para organizar e eu não teria condição de fazer emocionalmente e ir a fundo sozinha”, constatou.
Júlia acredita que Lilian gostou do momento o qual a obra foi publicada. “Descobri coisas que não sabia. Revivi coisas. Foi lindo ter essa dimensão. Essa homenagem veio em um tempo muito bom, ainda mais agora que a minha filha está fazendo teatro. Taí, acho que minha mãe gostou”, falou, visivelmente animada. “Cresci vendo o trabalho dela e fiquei achando que aquilo era para mim. O sonho dela era me ver realizada. Ela ficava muito emocionada em me ver no palco. Pena que a gente teve pouco tempo.”
Feliz com o carinho dos amigos, Júlia se emocionou ao falar sobre a relação profissional entre a mãe e Tony Ramos. “É muito bonito ver o carinho. O Tony trabalha muito e tem uma seriedade... Eles se identificaram nisso. Eles tinham muita sintonia. Ela era muito bem humorada e engraçada e o Tony também. Tem muita loucura, é muito inteligente”, elogiou ela ao comentar sobre eles que atuaram juntos em “Baila Comigo”, disse. Suzana Pires, Renata Sorrah e Tânia Alves também estiveram na livraria.
As memórias de Lílian
Durante três anos, o escritor e roteirista da TV Globo Cleodon Coelho entrevistou familiares e amigos da atriz Lilian Lemmertz, mãe da também atriz Júlia Lemmertz (veja entrevista na página 40), que morreu após um enfarte, em 1986, aos 48 anos. O resultado do trabalho é a biografia Lilian Lemmertz – Sem Rede de Proteção, da Coleção Aplauso, que chega às livrarias na quinta-feira (30). “Há uma geração que não conhece a Lilian, que era talentosíssima. O livro traz o nome dela de volta. E mostra o início dessa dinastia, que começou com ela, continuou com a Júlia e agora com a Luiza, a neta, que também está seguindo os passos da família”, diz o autor. Ganhadora de prêmios como o Molière, no teatro, e o Kikito, no cinema, Lilian foi a primeira Helena do autor Manoel Carlos, na novela Baila Comigo, exibida em 1981, na TV Globo, dando origem à sequência de protagonistas das tramas do autor. Com fotos inéditas, o livro conta também sobre o período em que Lilian foi modelo, nos anos 50, e mostra como ela começou a atuar. A mãe de Lilian convenceu-a a aceitar o convite para fazer teatro de um amigo do curso de inglês – que era o ator e diretor Antônio Abujamra. “Para escrever o livro, corri atrás de jornais e revistas antigos, até que a Júlia encontrou uma mala repleta de recortes, fotografias e até pilhas de capítulos de Baila Comigo”, diz Coelho.
Fonte: Revista Quem
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