quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Mariana Ximenes gosta das transições de Clara


Para Mariana Ximenes, dar vida a Clara de "Passione" significa estar em constante mudança no que diz respeito à interpretação. Afinal, a atriz precisa entender as nuances da personagem, que passou a maior parte da trama como vilã. No entanto, agora ela chega a demonstrar traços de mocinha: trabalha honestamente e parece, finalmente, gostar do homem que tanto maltratou, o "buona gente" Totó, de Tony Ramos. "Isso é muito rico para mim. Fazer uma vilã, que faz maldades, mas ao mesmo tempo é humanizada, dá uma gama maior de possibilidades", explica. Para traçar o perfil psicológico do papel, Mariana conta com o auxílio de sua psicanalista, Kátia Achcar. Há seis anos, a atriz se consulta com a profissional, que lhe ajuda em todas as suas personagens desde então. "A partir disso, faço a composição junto com o texto, com os diretores e com a figurinista", revela.

Entender a maneira como Clara se veste, aliás, foi um fator importante no processo de criação. Ainda mais porque a personagem passou por várias fases de roupa. No início, era enfermeira. Quando ainda namorava Fred, de Reynaldo Gianecchini, era "bagaceira" e sem dinheiro. Por isso, não poderia usar roupas de marca. Na Itália, vestia peças mais adequadas ao clima local. Ao mesmo tempo, Clara estava enganando Totó, mas ele deveria se apaixonar por ela. "Como esse homem viril, do campo e vivido, vai gostar da Clara? Tudo é parte de um raciocínio de composição de personagem", ressalta. Mariana também teve de extravasar um lado sensual e escrachado, características bem fortes do papel. Por isso, em várias cenas, a atriz apareceu com pouca roupa. "Levo isso tranquilamente. É mais um artifício", pondera ela, que também teve como referências os filmes protagonizados por Bette Davis e Brigitte Bardot. "Para ter a intensidade da Bette Davis e a sensualidade da Brigitte Bardot", destaca.

Pelo visto, o público, de uma maneira geral, não se incomodou com as maldades que Clara fez. Tanto que o que Mariana mais escuta as pessoas dizerem é que sua personagem tem de ficar com Totó no final da novela. Além disso, muitos colocam a culpa do caráter duvidoso de Clara em sua avó, Valentina, de Daisy Lúcidi. Afinal, a megera explorou a neta sexualmente. "É tão curioso, todo mundo me diz isso. É como se fosse uma justificativa. Eu, como intérprete, acho que nada justifica as atitudes que meu papel teve", opina. Para Mariana, a repercussão positiva, no entanto, não significa que as pessoas torçam mais pelos vilões. Ela acredita que a história tenha deixado elementos que façam o público ter simpatia por sua personagem. "A Clara tem um laço forte com a irmã. Além disso, planejou matar o Totó, mas não teve coragem. Acho que isso tudo vai entrando na cabeça das pessoas", acredita.

Encarando sua primeira vilã na televisão, Mariana lembra que a vontade de ser atriz veio cedo, aos 6 anos. "Só não sabia como ia fazer porque não tenho nenhum parente ator", recorda, aos risos. Sem nunca pensar em seguir outra profissão, a simpática atriz, então, começou a fazer teatro e algumas campanhas publicitárias. Hoje, com 11 novelas no currículo, construiu também uma carreira no cinema. Entre os filmes em que atuou, estão "Quincas Berro D’Água", de Sérgio Machado, "A Máquina", de João Falcão, e "O Invasor", de Beto Brant, entre outros. "'O Invasor' foi especial porque foi quando ganhei meu primeiro prêmio no cinema", diz ela, que pretende voltar aos palcos quando "Passione" chegar ao fim. "Estou louca para fazer teatro", frisa.

Fonte: UOL

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