Durante quase duas semanas, a Record tentou
montar uma patrulha de estagiários em jornalismo para agir e postar, nas redes
sociais, comentários elogiosos à cobertura da emissora nos Jogos
Pan-Americanos, em Guadalajara. O objetivo da tropa era contra-atacar as
críticas que há desde o início da transmissão, a respeito do tom
"ufanista" de gente como Maurício Torres e Fernando Scherer, entre
outras coisas.
O problema começou após as primeiras aulas
dos estagiários. A princípio elas discorriam sobre como responder a ataques,
críticas, que tipo de tom e argumentos utilizar nas redes sociais, nos blogs
(e, claro, sem dar bandeira de que é uma ação orquestrada). Também havia
informações sobre os principais colunistas, blogueiros e sites a serem
seguidos, curtidos, monitorados, respondidos etc e tal.
O
milagre da multiplicação de posts - Até aí pode-se dizer que havia até
empolgação entre a nova equipe. Ora, o que tem de errado em defender empresa
que eu trabalho, se ela me paga justamente para isso?, certamente pensaram.
Então veio a "aula magna" de despedida, na qual todos foram
informados que deveriam imediatamente a criar perfis falsos no Facebook,
Twitter, Orkut, além de e-mails falsos. O alerta da indignação soou
imediatamente junto aos futuros jornalistas. Tipo: “Peralá, minha gente, perfil
falso também?”
Provas
documentais
- O F5 obteve com exclusividade cópias de e-mails e diálogos entre os
estagiários, seus parentes e funcionários da emissora, nos dias seguintes à
ordem de criação de perfis falsos. O conteúdo demonstra revolta e assombro
diante da tática escolhida.
Mas, e
por que mais abortou-se a operação? - Em primeiro lugar, como o trecho da mensagem
acima diz, porque achava-se que a operação havia vazado (como vazou, caso
contrário você não estaria lendo isso aqui. Achou-se melhor não levar adiante.
Em segundo lugar porque, ainda ontem, a emissora recebera ótimos dados sobre o
Pan: seu ibope disparou no país e na Grande São Paulo após o início dos jogos. Ou seja, não havia mais necessidade
de "patrulha" alguma.
A
'patrolagem'
- A tática de criar patrulhas e leitores falsos não é inédita e tampouco
exclusividade da Record. Essa estratégia já é usada hoje por empresas, marcas,
produtos específicos e até pelo governo federal, de forma descarada e,
obviamente, com fins políticos.
Outro
lado
- A Record informa que mantém junto ao seu Departamento de Internet um grupo de
trabalho responsável por fortalecer e divulgar a marca da emissora e de seus
produtos nas mídias sociais - prática legítima e comum executada por grandes
corporações em todo mundo. A Record, obviamente, não endossa ações antiéticas e
vai apurar internamente se houve algum tipo de desvio de conduta.
Fonte: F5
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