Desde 2007, quando começou a arrancada da
Record rumo a liderança de audiência no país, jamais o canal do poderoso Edir
Macedo teve que concorrer com as outras emissoras para alcançar seus objetivos.
Passar o SBT só dependia da Record.
Naquela época, qualquer emissora conseguiria
com o mínimo de investimento em esporte, dramaturgia e jornalismo. Passar da
Globo exigiria muito mais esforço, mas não seria difícil conquistar um público
que, naquele momento, estava pedindo uma outra alternativa.
Hoje, a briga da Record não é contra o SBT
nem tampouco contra a Globo. A Record declarou uma guerra contra si própria.
Apressada por resultados, como se números de audiência nada tivessem a ver com
preferência do telespectador, a emissora da Barra Funda tomba nas próprias
armadilhas.
Foi assim desde que atingiu o auge. Um programa
não bastava ter boa audiência, precisava vencer a Globo. Foi o que aconteceu
com o “Tudo a Ver” (que naquela época tinha tudo a ver mesmo, era bom) e
diversos outros problemas.
As novelas se arrastando por mais de um ano,
desgastando a história e atores, programas entrando e saindo da grade sem aviso
prévio e falta de paciência para conquistar um público cativo. São vários os
exemplos evidenciando que faltou preparo para estar no segundo lugar do ranking
de audiência.
Depois do sucesso da primeira edição de “A
Fazenda”, a emissora resolveu emplacar uma segunda temporada alguns meses
depois, sem dar tempo para o telespectador respirar. Resultado? O produto
perdeu valor e Ibope. José Luiz Datena? Nem se fala. Depois de conseguir bons
números na estreia do “Cidade Alerta”, o canal se decepcionou com os resultados
seguintes e não deu chance ao apresentador de reconquistar seu público,
torná-lo cativo. Resultado? Ele pediu pra sair.
Nas novelas, mais pressa, mais erros. Com uma
mega estrutura física, bons atores, mas poucos profissionais realmente
capacitados a trazer realmente o padrão Globo de qualidade aos folhetins, a
Record arrastou várias de suas novelas por meses enquanto as sucessoras ficavam
prontas para estrear. Resultado? Desgaste da área e atualmente números pífios
no Ibope, com todas as novelas muito abaixo da meta.
Telespectador se conquista com cotidiano, no
dia a dia. O caminho da liderança pode ser percorrido, mas exige paciência. É
longo.
Fonte: Breno Cunha, do Na Telinha
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