Carlos Lombardi está de volta à ativa. Isso
ficou claro na estreia de "Pecado Mortal" na noite desta quarta
(25.09) na Record. O estilo do autor - de sucessos como "Vereda
Tropical" (1984/85), "Bebê a Bordo" (1988/89), "Perigosas
Peruas" (1992), "Quatro por Quatro" (1994/95) e "Uga
Uga" (2000/01) - estava bem marcado no primeiro capítulo. A diferença é a
roupagem de época (ou, nesse caso, a pouca roupagem!).
Com um enredo mais sofisticado e não tão
fácil de assimilar logo de cara, "Pecado Mortal" é a primeira criação
de Lombardi na nova emissora, após 31 anos na Globo, onde também viu algumas de
suas tramas, como "Vira Lata" (1996) e "Pé na Jaca"
(2006/07), amargarem baixa audiência e receberem uma avalanche de críticas. A
nova produção mantém os homens descamisados - uma marca registrada, para
deleite do público feminino - e, ao que tudo indica, vai apostar forte não
apenas em doses de ação (investimento na ala masculina), mas no humor.
Para um primeiro capítulo, o autor evitou ser
didático e, talvez por isso, o enredo central, principalmente, ficou um tanto
perdido. Porém, não faltou dinamismo, boa edição, bela fotografia, trilha
sonora bem escolhida, direção caprichada e atuações competentes, além de
diálogos sarcásticos e sensualidade. Com ares de superprodução (cogita-se um
investimento de R$ 500 mil por capítulo) "Pecado Mortal" deixou
aquela vontade de ver de novo no dia seguinte. Isso é bom!
A partir do desfecho do capítulo (e com todos
os outros que vêm pela frente), justamente, é que o enredo principal tem tudo
para ficar mais claro na cabeça do telespectador. Stella (Betty Lago) reaparece
depois de 36 anos, para provar à Donana (Jussara Freire) que está mais viva do
que nunca. O embate entre as atrizes promete ser um dos pontos altos da novela.
A história de "Pecado Mortal"
começa em 1941 quando Ana Vêneto, ou Donana, vivida na primeira fase por Maytê
Piragibe, ajuda o marido Michele (Henrique Guimarães) a herdar o posto do
bicheiro Cebolão (Gracindo Jr.) no Morro do Pinguim, no Rio de Janeiro. Ao
mesmo tempo, Donana descobre que o marido era amante de Stella (Marcela
Barrozo), que está grávida e já tem um filho de dois anos com Michele, o
pequeno Otávio.
Quando Marco Antonio nasce, Donana o toma de
Stella e faz Michele acreditar que o menino é filho legítimo dos dois - e que
pegou Otávio no morro para criar. Ao mesmo tempo, pede para para o irmão,
Getúlio (Gustavo Leão), sumir com Stella para ninguém descobrir sua farsa.
Já em 1977, o segredo guardado a sete chaves
está prestes a vir à tona. Após a passagem de tempo, Otávio é interpretado por
Felipe Cardoso, Getúlio por Mário Gomes e Luiz Guilherme vive Michele. Mas quem
é Marco Antonio? Eis um dos mistérios da trama, lembrando que Carlão (Fernando
Pavão), marido da promotora Patrícia (Simone Spoladore) se esconde sob uma
identidade falsa e renega o passado.
Após protagonizar a mal sucedida
"Máscaras", Fernando Pavão começou bem no novo papel e demonstrou
estar à vontade ao desfilar com pouca roupa em cena (o que não será privilégio
dele). Simone Spoladore - depois da exagerada Violeta de
"Balacobaco", que ela defendeu muito bem - foi um dos destaques da
estreia. O casal inventa histórias provocantes e cheias de erotismo para manter
o desejo na relação.
Também chamaram atenção Carla Cabral (que pra
mim vai ser sempre Carla Regina), como a stripper Laura, Paloma Duarte
(Dorotéia) e Guilherme Winter (Veludo) - que pode ser visto no elenco da
minissérie "José do Egito", que segue no ar, assim como Carla e
outros atores da novela (faltou atenção da Record nessa questão). A trama
aposta ainda na disputa entre as famílias Veneto e Ashcar pelo poder, no
tráfico de drogas (a nova turma do crime organizado num contraponto aos velhos
contraventores) e no som das discotecas.
Nomes que já atuaram em tramas de Lombardi
repetem a parceria. Além de Betty Lago, espécie de talismã, estão no elenco
Daniel del Sarto, Bianca Byington, Tatyane Goulart, Vitor Hugo, Carlos Bonow,
Iran Malfitano, Heitor Martinez e Claudio Heinrich.
Audiência - Apesar de estrear numa
quarta-feira e concorrer com futebol, "Pecado Mortal" começou bem: no
patamar acima de dois dígitos que a Record tem como meta. A novela - que não
teve intervalos - marcou 11 pontos, com pico de 13, na Grande São Paulo, segundo
prévia do Ibope. A Globo liderou com 19 (bem menos do que registra "Amor à
Vida"), o SBT ficou com 7 pontos e a Band com 4.
Só para comparar, as antecessoras no horário
(22h30), "Dona Xepa" e "Balacobaco", marcaram 9 e 8 pontos
na estreia, respectivamente. O primeiro capítulo de "Máscaras" cravou
11 pontos, mas o estilo da trama afugentou o público posteriormente. Vamos
aguardar os próximos capítulos da grife Lombardi.
Fonte: Yahoo
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