Com a morte de Cora, Marjorie Estiano encerrou sua segunda passagem pela novela "Império". A atriz conta como foi gravar as últimas cenas da personagem:
- Quando passamos por uma situação limite, com a possibilidade da morte, recorrer a uma reavaliação e redimensionar os valores é um percurso quase involuntário. E foi assim. Cora estava na UTI reafirmando a sua verdade de forma lúdica e muito concreta. Carregada de imagens de tudo o que foi vivido. Um resgate das atitudes, dos sentimentos. Uma libertação, uma conquista, e foi celebrada como tal. E os meus sentimentos após o término se assemelhavam aos dela. Uma mistura de tristeza e felicidade.
Depois da participação na primeira fase da trama, Marjorie foi chamada às pressas para substituir Drica Moraes, afastada por problemas de saúde. Segundo a atriz, não havia qualquer definição sobre seu rumo na história e o mistério permaneceu até a chegada dos capítulos sobre a morte. Ela diz que houve uma constante preocupação em relação ao "rejuvenescimento" de Cora:
- A reação do público quanto a essa alternativa de substituir uma atriz por outra ninguém podia prever. E todos - autor, direção, equipe, assessoria - estavam sendo bastante cautelosos e delicados nessa transição. Inicialmente, tanto o público quanto nós mesmos buscávamos uma justificativa que foi dada pelo contexto externo, posteriormente. A não explicação foi uma alternativa que contou com o entendimento do público sobre o contexto. Uma atriz precisou se ausentar, o que fez com que a trama seguisse e mantivesse os alicerces.
Por conta da ritmo pesado de trabalho, Marjorie não conseguiu ter tanto contato com o público nas ruas, mas sentiu um retorno "afetuoso e interessado":
- Cora era uma personagem carismática, irônica, divertida, contraditória, intensa, egocêntrica. E embora tivesse atitudes que expunham seus defeitos, ou talvez até por isso mesmo, gerava identificação em muita gente.
Agora, a atriz vai descansar e também retomar os trabalho de seu disco.
- Tenho outros projetos ainda em gestação para teatro, cinema, TV e música. E assim vamos caminhando - adianta.
Sempre discreta em relação a sua vida pessoal, ela acredita que a mídia precisa focar mais no trabalho dos atores:
- Acho que falta veículo que aborde e trate o trabalho com respeito e interesse. Essa balança está desequilibrada. Os dois podem perfeitamente coexistir, um não está em oposição ao outro. É uma questão de espaço e investimento.
Sobre o assédio de fãs e de paparazzi, ela admite que, às vezes, isso incomoda:
- Depende da abordagem. Com respeito e sensibilidade, acho que as relações se tornam, mais que possíveis, prazerosas.
Fonte: Patrícia Kogut
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