terça-feira, 20 de julho de 2010

Márcio Garcia: mais um vilão no currículo



Tipos mau-caráter têm sido constantes na carreira de Márcio Garcia. Só nos último sete anos, três dos seus quatro trabalhos em novelas foram vilões, daqueles bem cafajestes. No ar como o inescrupuloso Maurício de "Na Forma da Lei", o ator se empolga ao falar sobre o papel no seriado policial, escrito por Antônio Calmon. "Esse personagem não é como o cara que comete um assassinato no ímpeto, na raiva. Ele é um açougueiro, em oito episódios mata 15 pessoas. Isso dá uma média de quase dois por partida", analisa ele que, por causa dos vilões anteriores, não precisou de treinamento intenso para manusear armas de fogo no novo trabalho. "O ator não precisa saber atirar, mas, na época, quis aprender. O mais difícil do tiro é não reagir ao barulho", explica ele, que usou tanto armas verdadeiras quanto cenográficas durante as gravações.

Prestes a se despedir de Maurício --o último episódio vai ao ar no dia 3 de agosto--, Márcio não esconde qual será o fim de seu personagem. "O vilão tem de ter um final infeliz. Tem aqueles que se dão bem, mas a maioria quebra, porque ninguém quer ver um cara como Maurício impune", justifica ele. Como atua em uma obra fechada, o ator não corre riscos de mudanças em seu personagem. Esse é justamente um dos fatores que mais o deixou satisfeito com o trabalho. "Em uma novela, um personagem pode crescer, diminuir, mudar de bom para mau. O seriado é mais legal, porque não está sujeito a isso", admite ele, que passou por isso quando interpretou o Bahuan de "Caminhos das Índias", em 2009. Apesar de confortável na pele de Maurício, Márcio ainda sentiu dificuldades para realizar as cenas agressivas, principalmente pela maneira que sente após as gravações. "No dia em que precisei quebrar o cenário inteiro, nem consegui comer. Sentir tristeza é ruim, mas raiva é pior", lembra.


Desde 2003, com exceção do Bahuan de "Caminho das Índias", seus personagens anteriores na televisão eram vilões. O que o Maurício tem de diferente?
Nunca tinha feito um vilão que realmente colocasse a mão na massa. Até então, tudo o que se via de vilania era associado a uma causa, um golpe, um roubo, uma vingança. Ele é um psicopata, uma pessoa insana que não dá valor nem ao dinheiro que tem, porque nem "mauricinho" ele conseguiu ser. Mata sem causa, por prazer. Se sente meio Deus por ter o poder de tirar a vida de uma pessoa.

Como foi a preparação para compor esse personagem?
Acho que as pessoas parecidas com o Maurício dificilmente são pegas. Só tenho como buscar referências em filmes. O Gary Oldman fez um policial assassino viciado em drogas no filme "O Profissional", de Luc Besson. Acho meu personagem bem parecido com o dele, por isso, busquei inspiração nele. Também fiz treinamento para manusear as armas, como todo o elenco, mas já tinha conhecimento por causa dos personagens anteriores.

Desde a sua estreia na TV, em 1994, você atuou em 11 novelas. O que você acha da experiência de protagonizar um seriado?
Acho mais legal. É bem mais fácil quando o ator tem um personagem definido. Em uma novela, o personagem está sujeito a mudanças. A gente não pode querer defender muito o personagem, porque se não a novela não anda. O seriado já vai ao ar com quase tudo pronto. Não tem o feedback do público para o personagem mudar.

Depois do seriado, você já tem outro projeto na Globo?
Tenho três contratos na Globo: de diretor de criação, ator e apresentador. Tenho um projeto no forno que está guardado a sete chaves. Ainda tem de adequar e pontuar as ideias para fazer um piloto. Estou na boa. Sou um jovem de 40 anos, não estou com pressa.

Fonte: UOL TV

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