segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Mayana Neiva: atrapalhada e sensual


Protagonizar cenas de briga ou discussão pode ter consequências inesperadas para um ator. Se machucar enquanto interpreta o personagem está entre elas. Tanto que Mayana Neiva já passou por essa experiência na pele da atrapalhada Desirée, em "Ti-Ti-Ti". Durante a gravação da cena em que a moça seria atropelada por Jorgito (Rafael Cardoso), o ator fechou a porta do carro, sem querer, na mão dela. "Tive um esmagamento no tendão do dedo e fiquei dez dias de gesso", lembra. "Coloquei o dedo em um copo de gelo. Parecia que tinha ficado pendurado", conta. Mayana também teve de encontrar a medida exata para dar, em cena, empurrões em Alexandre Slaviero, que interpreta o Armandinho, ex-noivo de Desirée. Afinal, na história, os dois personagens vivem entre tapas e beijos. Por isso, ela conta com o auxílio de um preparador de luta. "Ele me ajuda a encontrar a medida. Eu empurrava o Alexandre e ele realmente ia, se jogava. Até a gente descobrir como fazer sem se machucar, demorou um pouco, mas é muito divertido", afirma.

Para viver essa mulher tão expansiva, que se torna uma modelo, Mayana buscou referências em atrizes italianas dos anos 50, como Sophia Loren, Gina Lollobrigida e Giulietta Masina. Tudo para entender como explorar a sensualidade fora do óbvio que a personagem pede. "Essas atrizes tinham uma coisa engraçada e exuberante ao mesmo tempo. Elas trabalhavam a beleza por consequência", explica. "Peito e bunda não contam. A curva é mais interessante que o mostrar", acrescenta. Além disso, Mayana buscou inspiração na Tancinha, papel de Claudia Raia em "Sassaricando", exibida pela Globo em 1987. "As duas são atrapalhadas. A Tancinha também tinha um namorado menor que ela", compara.


Você já atuou em algumas minisséries, como "A Pedra do Reino" e "Queridos Amigos", entre outras. Em sua primeira novela, você sente uma repercussão diferente?
Nas minisséries, as pessoas têm mais noção de que estão vendo um trabalho artístico. Já a novela entra na vida das pessoas, que passam a te confundir com o personagem. Escuto gente falando: "Desirée, você é forte. Não bate em mim" ou "Não acredita no Jorgito porque ele não presta". Acho engraçado.

Na história, Desirée, apesar de sensual, faz o tipo atrapalhada e bruta. Qual foi sua preparação para encontrar esse tom?
O corpo da Desirée é mais forte. Ela se sente capaz de dar um murro em alguém, de derrubar uma parede. Mas não é musculosa porque não liga para isso. Por isso, fiz capoeira por três meses porque queria estar com esse tônus, mais do que músculo. Ao mesmo tempo, tem uma beleza real. Acho que a minha personagem trabalha mais o conceito de beleza das mulheres normais.

Você é paraibana e sua personagem também é nordestina. Acredita que o fato de você ter o sotaque da região enriquece a composição do papel?
A personagem fala várias expressões do Nordeste, como "seu jegue tosco" e "raspa de gaiola". Achei que ela ficaria mais engraçada com o sotaque e aproveitei essa minha memória. É legal por ser um dado real. Não é alguém fazendo um sotaque que não tem. Mas em outros trabalhos, como em "Queridos Amigos" e "Dalva e Herivelto", eu não tinha sotaque e tive de trabalhar em cima disso.

Dos trabalhos que você fez, qual destaca como o mais expressivo?
Existe a minha vida antes e depois de "A Pedra do Reino". Tive de raspar minha cabeça com máquina zero e pintar o corpo na cor negra para viver a morte. Também vivi uma princesa de cabelo ruivo e pele branca. Ficamos isolados por seis meses, sem telefone, sem televisão, sem internet. Foi uma imersão total.

Fonte: UOL TV

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