Antes da TV, as radionovelas fizeram muito sucesso no país e marcaram a era de ouro do rádio. Era em torno do aparelho que as famílias acompanhavam os capítulos da trama, além de ouvir música e acompanhar as notícias. Passados mais de 40 anos de seu fim, o gênero volta repaginado e abusa do bom humor.
Desde 2004, o STF (Supremo Tribunal Federal) mantém radionovelas na programação da Rádio Justiça para tentar traduzir o mundo jurídico para quem quiser ouvir. Adaptadas aos novos tempos, as radionovelas são leves, curtas – não passam de cinco minutos - e divertidas.
Atualmente, vai ao ar uma trama por semana, dividida em cinco capítulos, de segunda a sexta-feira. Cada episódio tem duração de cinco minutos. A ideia é tornar temas da Justiça mais claros e acessíveis, como explica o roteirista e diretor Guilherme Macedo.
- O objetivo sempre foi desmistificar a Justiça, passar noções de direito de uma forma decodificada, sem 'juridiquês', além de entreter os ouvintes.
Direito civil, do trabalho e do consumidor, por exemplo, viram assuntos de comédia nas vozes dos atores do programa Justiça em Cena.
- A principal característica que buscamos é a diversão, depois vem o tema em si. E falo isso porque a comédia chama atenção. Hoje, o pessoal não quer muito parar e acompanhar um drama, ainda mais no rádio. E o mais complicado é fazer com que sejam agradáveis assuntos sobre direito do cidadão.
Macedo diz que busca inspiração em notícias de jornais e que evita assuntos muito pesados. Uma exceção foi uma novela sobre crime de honra, que, segundo o roteirista, ficou com cara de história feita por Nelson Rodrigues.
Os próprios atores contam que aprendem temas do direito fazendo os programas. Jaqueline Brandão, atriz de teatro e dubladora, conta que uma história que a marcou foi sobre a lei do inquilinato, que tratava dos direitos dos moradores em seus condomínios.
A dubladora e jornalista Georgea Fernanda diz que o roteirista consegue “tirar leite de pedra”: “Ele faz uma coisa aparentemente chata se tornar divertida, agradável.”
Gravações
Os programas são todos gravados em um estúdio no Rio de Janeiro, onde recebem uma primeira edição. Depois são enviados para Brasília, onde são sonorizadas. As novelas gravadas na última semana são as de número 171 e 172.
Mais de cem emissoras de rádio pelo país retransmitem os programas gratuitamente. Guilherme Macedo diz que, por conta dessa dispersão, é mais difícil receber o retorno do público, mas alguns agradecimentos às vezes chegam ao estúdio no Rio.
As novelas e toda a programação da Rádio Justiça também podem ser ouvidas pela internet no link:
Fonte: R7
Obrigado pela divulgação, Marcos! Grande abraço!
ResponderExcluirGuilherme
Olá Guilherme!
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho e que continue fazendo muito sucesso!
Eu sempre digo: o sonho de ser novelista da Globo é para muitos, mas a realização desse sonho é para pouquíssimos. Por isso temos de encontrar outras formas de realizar o nosso sonho de contar histórias. As novas mídias como a internet, Ipad, Iphone, Bus, Metrô e até o rádio (como é o seu caso) estão nos abrindo dezenas de novas possibilidades. Precisamos encontrar, cada um, o nosso caminho.
que bom que tenha encontrado o seu.