sábado, 8 de outubro de 2011

Celso Portiolli nega sociedade com o SBT


Considerado o substituto de Silvio Santos, o apresentador do “Domingo Legal”, Celso Portiolli, nega relatos publicados recentemente de que se tornará sócio de Silvio Santos. O apresentador conta que em 17 anos de SBT sua carreira teve altos e baixos.

Aos 44 anos, dono de duas emissoras de rádio, pai de três filhos, casada com a mesma mulher há 20 anos, Portiolli ingressou em três cursos universitários – comunicação, administração e engenharia --, mas por conta do sonho de ser radialista e apresentador de TV não conseguiu concluir nenhuma faculdade. Leia abaixo a entrevista completa.

Como é apresentar o “Domingo Legal”, após ter ficado sem programa na televisão durante dois anos?
Veio na hora certa, justamente quando eu decidi dar uma guinada na minha carreira e queria trabalhar. O público estava cobrando. Tanto é que no primeiro dia eu não senti medo nenhum na hora de apresentar o “Domingo Legal”, pois havia muita gente na torcida, desde o cara da portaria até a vice-presidência do SBT. Deus escreve certo por linhas tortas.

Você gostaria de experimentar um novo formato de programa?
Eu já fiz tanta coisa na televisão. Estou muito feliz agora, gostaria de manter essa fase. O “Domingo Legal” é um programa de variedades, dá para misturar reality show, game, é uma colcha de retalhos. Eu consigo fazer tudo o que gosto na TV com o programa que tenho neste momento. Quero trabalhar até 2024 na TV, quando completo 30 anos de carreira, e depois colocar alguém em meu lugar, mas não sei... Todo mundo aposta comigo que não vou parar.

Como você avalia sua trajetória?
Com 20 anos de idade eu já estava em São Paulo e resolvi voltar para o Paraná para cuidar do meu pai, que estava muito doente e recomecei minha carreira. Quando retornei a São Paulo já era vereador, tinha loja, promovia shows, dirigia duas emissoras de rádio, estava pronto para casar e morar no interior. Joguei tudo para cima pelo sonho de ser apresentador de televisão. Trocar o certo pelo incerto mostrou que eu era extremamente determinado. Depois da minha determinação, o que mais me marcou foi a minha perseverança. Não existe nenhum um animador que tenha passado pelo o que eu passei. Vivi em uma montanha russa na minha carreira, quando estava bem no ar, no auge, o programa saía sem nenhuma explicação e tudo sumia das minhas mãos. Foi aí que comecei a exercitar minha paciência e sofrer calado. Fiz duas sessões de terapia e depois de ficar muito triste, vi que não posso sofrer pelas atitudes dos outros. A única vez que eu reclamei foi quando vi minha família sofrendo. Hoje eu dou muito valor para tudo o que eu tenho, pois não foi fácil, nada veio de “mão beijada”. Sempre com muita luta, perseverança e sofrimento.

Qual sua relação com o Silvio Santos?
Ele manda e eu obedeço [risos]. Ele é muito tranquilo, hoje minha relação com ele é muito boa. O SBT é a melhor emissora para trabalhar, é um ambiente familiar onde todos se conhecem, se gostam e se ajudam. Eu vejo o Silvio [Santos] a cada três anos. Ele é muito gentil.

Como você vê o SBT no cenário televisivo brasileiro atual?
O SBT está passando por uma fase muito bacana, acabaram com o problema de instabilidade na grade de programação, que os telespectadores reclamavam. Isso fez com que as pessoas retomassem a acompanhar a emissora, isso é importante.

Quais as grandes apostas do SBT, em sua opinião? Você se considera uma aposta?
O SBT é um celeiro de talentos, sempre deu oportunidades para todos. A Patrícia [Abravanel] tem surpreendido a todos. Eu sempre fui uma grande aposta do SBT. Ninguém investe 15 anos em um profissional para não colher frutos.

Por muito tempo algumas pessoas te rotularam como “substituto”, como você lidava com isso?
Os comentários não incomodaram, mas sim a forma excessiva de como a mídia usou isso. Saía uma foto minha e a legenda era “substituto do Silvio Santos caminha”. Mudaram o meu nome e isso é chato. Essa história de substituição é inviável. O investimento que o SBT fez em mim é para que eu possa fazer um bom trabalho na emissora em qualquer dia e qualquer horário.

Você mudou sua maneira de apresentar e o jeito de se vestir para se desvencilhar do “título” de imitador do Silvio Santos?
Quando eu apresentava o programa “Namoro na TV”, usava roupa esporte e ele [Silvio Santos] pediu para eu usar uma roupa mais séria. Como o “Domingo Legal” é um programa forte em merchandising uma roupa social passa mais credibilidade, mas como o programa começa às 10h, não estava dando certo a imagem com paletó. Isso começou a me incomodar e resolvi usar uma roupa mais solta. Fiquei mais à vontade, a apresentação ficou mais solta, a roupa às vezes engessa. Pelo o que vi no Twitter as pessoas estão gostando.

Você acha que o Silvio te trata de maneira diferenciada, em relação aos outros apresentadores? Por quê?
Não. O Silvio [Santos] trata todos os artistas de maneira igual. As pessoas acham isso porque ele me deu uma oportunidade, mas isso não tem nada a ver...

Seu contrato será por tempo indeterminado, como tem acontecido com a maioria dos apresentadores da emissora?
Não. Eles não oferecem 50 a 50 e eu não aceito contrato por tempo indeterminado, porque no primeiro arranca-rabo eu saio fora [risos]. Contrato de sociedade não é rentável, seria uma desvantagem para mim. Eu já tive todos os tipos de contratos com o SBT, renovei muitos com eles já.

O diretor Dirlan Jorge, que trabalhava com você, foi afastado do SBT e agora trabalha com Gugu (após uma auditoria constatar irregularidades no quadro "Construindo um Sonho”). Vocês ainda mantêm contato?
O Dirlan pediu a auditoria, indicou fatos para investigarem e foi injustiçado. Eu não me meto em conta de programa, dinheiro, quanto gasta ou não. Fiquei chateado com as notícias que envolveram o nome dele [Dirlan] injustamente. Ele é meu amigo, isso foi muito chato.

Como é o Celso empresário? Você é dono de quantas emissoras de rádio?
Entrada e saída. Tenho uma empresa que presta serviço para o SBT, na área de apresentação e, por enquanto, só duas rádios (ótima FM, no interior de São Paulo), pretendo ter quatro.

Quem é seu ídolo na TV. Por quê?
O Silvio [Santos], pois é o profissional mais dedicado que eu conheço. Ninguém assiste as suas próprias gravações com tantos anos de carreira. Até hoje ele assiste e se corrige.

Você foi vereador com 24 anos em Maringá, como surgiu seu interesse pela carreira política?
Fiquei famoso na cidade [Ponta Porã, Mato Grosso do Sul], era querido, fui convidado para me candidatar e fui o mais votado. Isso serviu para mostrar que eu não devo ser candidato nos próximos 13 anos. Era muito novo. Não tenho vontade e nem pretensão com a carreira política.

Como você vê o Brasil no cenário político atual?
O país está bem. A população tem elogiado a Dilma e a postura que ela tem adotado com as trocas de ministros. O Brasil tem muito mudar ainda, principalmente alguns políticos, que não fazem nada.

Fonte: UOL

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