Considerado o substituto de Silvio Santos, o
apresentador do “Domingo Legal”, Celso Portiolli, nega relatos publicados
recentemente de que se tornará sócio de Silvio Santos. O apresentador conta que
em 17 anos de SBT sua carreira teve altos e baixos.
Aos 44 anos, dono de duas emissoras de rádio,
pai de três filhos, casada com a mesma mulher há 20 anos, Portiolli ingressou
em três cursos universitários – comunicação, administração e engenharia --, mas
por conta do sonho de ser radialista e apresentador de TV não conseguiu
concluir nenhuma faculdade. Leia abaixo a entrevista completa.
Como é
apresentar o “Domingo Legal”, após ter ficado sem programa na televisão durante
dois anos?
Veio na hora certa, justamente quando eu
decidi dar uma guinada na minha carreira e queria trabalhar. O público estava
cobrando. Tanto é que no primeiro dia eu não senti medo nenhum na hora de
apresentar o “Domingo Legal”, pois havia muita gente na torcida, desde o cara
da portaria até a vice-presidência do SBT. Deus escreve certo por linhas
tortas.
Você
gostaria de experimentar um novo formato de programa?
Eu já fiz tanta coisa na televisão. Estou
muito feliz agora, gostaria de manter essa fase. O “Domingo Legal” é um
programa de variedades, dá para misturar reality show, game, é uma colcha de
retalhos. Eu consigo fazer tudo o que gosto na TV com o programa que tenho
neste momento. Quero trabalhar até 2024 na TV, quando completo 30 anos de
carreira, e depois colocar alguém em meu lugar, mas não sei... Todo mundo
aposta comigo que não vou parar.
Como
você avalia sua trajetória?
Com 20 anos de idade eu já estava em São
Paulo e resolvi voltar para o Paraná para cuidar do meu pai, que estava muito
doente e recomecei minha carreira. Quando retornei a São Paulo já era vereador,
tinha loja, promovia shows, dirigia duas emissoras de rádio, estava pronto para
casar e morar no interior. Joguei tudo para cima pelo sonho de ser apresentador
de televisão. Trocar o certo pelo incerto mostrou que eu era extremamente
determinado. Depois da minha determinação, o que mais me marcou foi a minha
perseverança. Não existe nenhum um animador que tenha passado pelo o que eu
passei. Vivi em uma montanha russa na minha carreira, quando estava bem no ar,
no auge, o programa saía sem nenhuma explicação e tudo sumia das minhas mãos.
Foi aí que comecei a exercitar minha paciência e sofrer calado. Fiz duas
sessões de terapia e depois de ficar muito triste, vi que não posso sofrer
pelas atitudes dos outros. A única vez que eu reclamei foi quando vi minha
família sofrendo. Hoje eu dou muito valor para tudo o que eu tenho, pois não
foi fácil, nada veio de “mão beijada”. Sempre com muita luta, perseverança e
sofrimento.
Qual
sua relação com o Silvio Santos?
Ele manda e eu obedeço [risos]. Ele é muito
tranquilo, hoje minha relação com ele é muito boa. O SBT é a melhor emissora
para trabalhar, é um ambiente familiar onde todos se conhecem, se gostam e se
ajudam. Eu vejo o Silvio [Santos] a cada três anos. Ele é muito gentil.
Como
você vê o SBT no cenário televisivo brasileiro atual?
O SBT está passando por uma fase muito
bacana, acabaram com o problema de instabilidade na grade de programação, que
os telespectadores reclamavam. Isso fez com que as pessoas retomassem a
acompanhar a emissora, isso é importante.
Quais
as grandes apostas do SBT, em sua opinião? Você se considera uma aposta?
O SBT é um celeiro de talentos, sempre deu
oportunidades para todos. A Patrícia [Abravanel] tem surpreendido a todos. Eu
sempre fui uma grande aposta do SBT. Ninguém investe 15 anos em um profissional
para não colher frutos.
Por
muito tempo algumas pessoas te rotularam como “substituto”, como você lidava
com isso?
Os comentários não incomodaram, mas sim a
forma excessiva de como a mídia usou isso. Saía uma foto minha e a legenda era
“substituto do Silvio Santos caminha”. Mudaram o meu nome e isso é chato. Essa
história de substituição é inviável. O investimento que o SBT fez em mim é para
que eu possa fazer um bom trabalho na emissora em qualquer dia e qualquer
horário.
Você
mudou sua maneira de apresentar e o jeito de se vestir para se desvencilhar do
“título” de imitador do Silvio Santos?
Quando eu apresentava o programa “Namoro na
TV”, usava roupa esporte e ele [Silvio Santos] pediu para eu usar uma roupa
mais séria. Como o “Domingo Legal” é um programa forte em merchandising uma
roupa social passa mais credibilidade, mas como o programa começa às 10h, não
estava dando certo a imagem com paletó. Isso começou a me incomodar e resolvi
usar uma roupa mais solta. Fiquei mais à vontade, a apresentação ficou mais
solta, a roupa às vezes engessa. Pelo o que vi no Twitter as pessoas estão
gostando.
Você
acha que o Silvio te trata de maneira diferenciada, em relação aos outros
apresentadores? Por quê?
Não. O Silvio [Santos] trata todos os
artistas de maneira igual. As pessoas acham isso porque ele me deu uma
oportunidade, mas isso não tem nada a ver...
Seu
contrato será por tempo indeterminado, como tem acontecido com a maioria dos
apresentadores da emissora?
Não. Eles não oferecem 50 a 50 e eu não
aceito contrato por tempo indeterminado, porque no primeiro arranca-rabo eu
saio fora [risos]. Contrato de sociedade não é rentável, seria uma desvantagem
para mim. Eu já tive todos os tipos de contratos com o SBT, renovei muitos com
eles já.
O
diretor Dirlan Jorge, que trabalhava com você, foi afastado do SBT e agora
trabalha com Gugu (após uma auditoria constatar irregularidades no quadro
"Construindo um Sonho”). Vocês ainda mantêm contato?
O Dirlan pediu a auditoria, indicou fatos
para investigarem e foi injustiçado. Eu não me meto em conta de programa,
dinheiro, quanto gasta ou não. Fiquei chateado com as notícias que envolveram o
nome dele [Dirlan] injustamente. Ele é meu amigo, isso foi muito chato.
Como é
o Celso empresário? Você é dono de quantas emissoras de rádio?
Entrada e saída. Tenho uma empresa que presta
serviço para o SBT, na área de apresentação e, por enquanto, só duas rádios
(ótima FM, no interior de São Paulo), pretendo ter quatro.
Quem é
seu ídolo na TV. Por quê?
O Silvio [Santos], pois é o profissional mais
dedicado que eu conheço. Ninguém assiste as suas próprias gravações com tantos
anos de carreira. Até hoje ele assiste e se corrige.
Você
foi vereador com 24 anos em Maringá, como surgiu seu interesse pela carreira
política?
Fiquei famoso na cidade [Ponta Porã, Mato
Grosso do Sul], era querido, fui convidado para me candidatar e fui o mais
votado. Isso serviu para mostrar que eu não devo ser candidato nos próximos 13
anos. Era muito novo. Não tenho vontade e nem pretensão com a carreira política.
Como
você vê o Brasil no cenário político atual?
O país está bem. A população tem elogiado a
Dilma e a postura que ela tem adotado com as trocas de ministros. O Brasil tem
muito mudar ainda, principalmente alguns políticos, que não fazem nada.
Fonte: UOL
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