A atriz Leandra Leal está enfrentando
dificuldades para conseguir patrocínio para rodar seu primeiro filme. O
documentário "Divinas Divas" é um projeto seu que nasceu há três anos
e que pretende retratar a vida e obra de oito artistas pioneiras: Rogéria, Jane
Di Castro, Waléria, Camille K, Fujika de Halliday, Eloína dos Leopardos,
Marquesa e Brigitte de Búzios.
Elas foram os primeiros homens que se
travestiram de mulher nos palcos cariocas nos anos 1960, quando o Brasil vivia
sob a rígida ditadura militar. Além da comemoração aos dez anos do espetáculo,
que está em cartaz no Rio de Janeiro, algumas das divinas divas também estão
completando 50 anos de carreira.
Para conseguir os R$ 100 mil que faltam para
a finalização do projeto. Leandra, que fará sua estreia como diretora, resolveu
apelar para um expediente cada vez mais comum, até nos Estados Unidos, que tem
uma indústria cinematográfica forte: o "crowd funding".
A prática é um tipo de "vaquinha"
virtual em que interessados em financiar o projeto podem doar de R$ 20 a R$
5.000 e, ainda, ganhar prêmios, como assistir ao show de dez anos e, assim, participar
do filme, vídeos de agradecimentos das divas, entre outros.
"Eu sou muito apaixonada por elas e
achei que seria muito fácil de viabilizar esse projeto. Eu nem gosto de ficar
me prendendo na questão do gênero, porque elas são muito talentosas e a
história de vida delas é incrível. Elas não se vitimizam, apesar de todas as
dificuldades que passaram na vida", disse a atriz, que atribui a falta de
patrocínio ao preconceito com o tema.
"Tive justificativas bem escorregadias.
Eu tive perto de vários 'sim' que se converteram em 'não'. Sempre bem
escorregadios. E eu fui identificando um preconceito bem velado, porque esse
filme trata de dois tabus, que infelizmente ainda são tabus no Brasil, que é a
questão de gênero e a questão da idade, e as marcas não querem se associar a
isso."
Apesar das negativas, o projeto da atriz, que
logo se tornará diretora, foi selecionado para o workshop do Tribeca Film
Festival, um dos festivais de cinema independente mais conhecidos do mundo. No
entanto, a entidade não financia o documentário. Por isso, quem quiser
participar da vaquinha, deve acessar o site http://benfeitoria.com/divinas e
fazer sua doação.
Fonte: UOL
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