Só eu não acho a menor graça nas
brincadeirinhas de Marcelo Rezende no "Cidade Alerta"? Alguns colegas
têm escrito por aí que as intervenções do apresentador têm deixado a atração
policialesca da Record mais leve, amenizando o estilo "mundo cão". Se
isso for encontrar o tom...
As vítimas do "bom humor" do jornalista
são os repórteres da atração. Fabíola Gadelha, de Manaus (AM), é uma que sofre
bullying ao vivo frequentemente e tem que fazer cara de paisagem ou de que está
achando tudo muito engraçado. Na verdade, está sendo exposta ao ridículo, assim
como os outros.
Recentemente, o fato de Rezende ter
"dado uma bronca" na repórter Narla Aguiar, que apareceu sentada ao
ser chamada num link, ganhou grande repercussão. Confesso que, ao ver o vídeo,
achei que aquilo tinha jeito de coisa combinada, assim como em algumas entradas
do repórter Luiz Bacci, do Rio de Janeiro. Às vezes se sujeitam, às vezes ficam
sem graça, de fato.
Armação ou não, o apresentador costuma
"implicar" com a roupa que os colegas estão usando e até com a forma
com que conduzem seus trabalhos. É aí que mora o perigo! Para passar do que
considera uma "irreverência" à prática de assédio moral em rede
nacional é um pulo. A linha para atingir o desrespeito é muito tênue.
O portal "Notícias da TV" acaba de
divulgar que a mãe da repórter Fernanda Burger passou mal em casa após ver o
apresentador sujeitar sua filha a todo tipo de bronca e chacota durante uma
entrevista. Fernanda falava com o pai de uma garota, estuprada às vésperas de
seu aniversário, e disse que “eles não teriam o que comemorar" naquela
data.
Pode ter sido uma gafe? Pode. Mas não
justifica o desrespeito de Rezende. Os profissionais não podem ter sua
credibilidade ameaçada por excessos de alguém que quer transparecer seu
"poder" sobre subordinados.
Não só as moças, mas até o renomado Percival
de Souza e o comandante Hamilton são expostos no jornalístico. Mas ambos têm
que fazer a política da boa vizinhança. Assim como Rezende, Datena (Band) é
outro que volta e meia gosta de "contestar" seus repórteres e
entrevistados ao vivo (a fama de ambos nos bastidores não é das melhores).
No final, fica feio para eles que precisam
usar desse artifício questionável com colegas de profissão sob o pretexto de
parecerem "engraçados" ou se sentirem os "donos da
verdade". Ouvem só o que lhes interessa, acham que só eles estão certos e
que os outros são obrigados a "aturá-los" e rir de suas
"piadinhas".
Será que tem telespectador que acredita?
Fonte: Yahoo
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