Rival de Walcyr Carrasco, o novelista
Aguinaldo Silva afirma que foi o "inventor" da redenção de vilões em
telenovelas e que, portanto, a reviravolta pela qual esboça Félix (Mateus
Solano), em Amor à Vida, não é original no horário nobre.
"Eu inaugurei essa tendência em Duas
Caras, faz alguns anos [2007]: o vilão Ferraço, vivido por Dalton Vigh, depois
de aprontar muitas e más, aos poucos foi mudando até se transformar num vilão
em busca da redenção… Que ele alcança no final da novela, depois de sofrer
muito e pagar pelos crimes que cometeu”, escreveu Aguinaldo Silva, respondendo
a um comentário de um leitor em seu site, o Aguinaldo Silva Digital.
Silva não cita a novela nem o personagem de
Carrasco, mas o leitor, sim. Ele comenta que está sentindo "uma nova
tendência nas novelas brasileiras" e que está "gostando de ver Félix
experimentar o sentimento do perdão e da solidariedade". A declaração de
Silva é uma resposta direta a essa afirmação.
A resposta de Silva, claro, também foi uma
alfinetada no autor de Amor à Vida. Os dois já se estranharam publicamente,
pelo Twitter, em 2011, quando Silva acusou Carrasco de copiar da sinopse de Fina
Estampa o drama da mãe pobre desprezada pelo filho, que seria vivido por Lilia
Cabral. Carrasco usou o mesmo argumento meses antes em Morde e Assopra, com
personagem da atriz Cassia Kis Magro.
Desde então, Silva vive cutucando Carrasco.
Recentemente, escreveu no Twitter que as novelas trocaram a dramaturgia pela
gritaria.
Redenção é um recurso tão antigo quanto o
teatro, mas Aguinaldo Silva, por mais pretensioso que pareça, está certo.
Segundo Mauro Alencar, doutor em teledramaturgia pela USP, uma das maiores
autoridades em telenovela do país, Marconi Ferraço foi mesmo o primeiro vilão
que começou mal e terminou bom, salvando a mulher e o filho.
Até então, lembra Alencar, grandes vilões
_como o Leôncio (Rubens Falco) de Escrava Isaura e o Felipe Barreto (Antonio
Fagundes) de O Dono do Mundo_ eram maus do princípio ao fim.
Fonte: UOL
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