Único autor do primeiro time da Globo que a
Record conseguiu conquistar, Lauro César Muniz deixará a emissora de Edir
Macedo no próximo dia 31. Seu contrato não será renovado.
Muniz estava na Record desde 2005. Nesse
período, escreveu as bem-sucedidas Cidadão Brasileiro (2006) e Poder Paralelo
(2009) e a fracassada Máscaras (2012).
Sua saída, ao contrário da Globo, ocorre de
forma "suave" e está relacionada a dois fatores: alto salário e
pretensões artísticas. A Record, que implantou uma política de redução de
salários, foi "elegante" e não chegou a fazer uma proposta menor para
Muniz. E avisou que não tem interesse em produzir uma minissérie que o autor
tanto deseja.
"Fui informado pelo senhor Marcelo Silva
[vice-presidente artístico] de que a emissora não faria a minissérie sobre [o
maestro] Carlos Gomes, um projeto que eu acalentei durante dois anos. Havia um
interesse muito claro da gestão anterior, mas os dois [Honorilton Gonçalves,
vice-presidente artístico, e Hiran Silveira, diretor de teledramaturgia]
deixaram seus cargos, foram transferidos para outras função da empresa",
lamenta Muniz.
O autor ainda não tem nenhuma negociação com
outra emissora. Para 2014, já tem um projeto, o roteiro de um filme a ser
produzido em parceira com um estúdio norte-americano.
Lauro César Muniz é um dos grandes autores
brasileiros. Fez parte da geração que renovou o gênero a partir dos anos 1970.
Escreveu grandes sucessos, como O Casarão (1976), Roda de Fogo (1986) e O
Salvador da Pátria (1989). Na Record, arriscou ao implantar narrativas pouco
comuns para as telenovelas.
Seu retorno para a Globo é praticamente
impossível. Ele deixou a emissora em 2005 de forma não amistosa, depois de
ficar cinco anos na "geladeira", tendo sucessivos projetos recusados.
Fonte: Daniel Castro
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