sexta-feira, 8 de abril de 2011

"Lara com Z" agrada a crítica na estreia


Na quinta-feira (7) em que o país ficou aterrorizado diante da tragédia na escola carioca, Susana Vieira conseguiu trazer a leveza e o riso aos brasileiros ao surgir como Lara Romero, no primeiro capítulo do seriado Lara com Z (Globo), de Aguinaldo Silva e Maria Elisa Barredo.

A diva da TV que comemora 40 anos de Globo, como gosta de repetir aos quatro ventos, reviveu a personagem que protagonizou a minissérie Cinquentinha: a atriz decadente que tem certeza de seu brilho eterno.

Contudo, a personagem já não goza mais do prestígio dos tempos anteriores. Gasta todo o dinheiro que restou para ser Lady Macbeth, na montagem de Macbeth, de Shakespeare, dirigida pelo mesmo Wolf Maya que dirige a minissérie. Só que a peça acaba virando um grande fracasso, porque o ator que faria o rei é alcoólatra e não aparece na estreia, para desespero da diva.

Com seu texto assustadoramente ferino, Aguinaldo Silva coloca Susana, ou melhor, Lara, para humilhar a filha, dizer em frente ao espelho que não vai envelhecer nunca ou aterrorizar-se diante da presença de uma jornalista desafeta na plateia.

A mistura entre realidade e ficção é tão impressionante que a tal jornalista se chama Sandra Heibert (que Susana pronunciou Reipert mesmo), em uma clara alusão à colunista do R7 Fabíola Reipert, com quem Susana Vieira brigou recentemente e com quem Aguinaldo Silva também teve uma peleja pública no passado.

Se na vida real a atriz entrega um chiclete mastigado para a assessora [como noticiado por Fabíola], na série ela entrega ao genro um copo de uísque que não quer mais, após o primeiro gole. Bem produzida, Lara com Z mostra um Aguinaldo Silva peralta, brincando com os limites da teledramaturgia, assim como faz com os limites da vida real cotidianamente.

Autor de sucesso, Aguinaldo já conquistou o direito de escrever o que bem entende, doa a quem doer. E faz de uma forma tão inteligente que até a superestrela Susana Vieira aceita o papel de debochar de si própria descaradamente, mesmo que tudo seja travestido de ficção. Como num pacto coletivo, público e artistas fingem que acreditam que aquilo tudo não é mesmo a vida real.

Fonte: Miguel Arcanjo Prado, do R-7

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