Ao completar 36 anos de carreira, Christiane
Torloni (55) provou mais uma vez por que figura no seleto grupo de divas da
dramaturgia brasileira. Com maestria, tornou a maquiavélica Tereza Cristina, de
Fina Estampa, uma adorável vilã no imaginário do público. Sua beleza e postura
inconfundíveis também foram essenciais para o sucesso da ‘Rainha do Nilo’
enaltecida pelo mordomo Crô, papel que foi defendido por Marcelo Serrado (45).
“Toda mulher pode ser elegante. Um segredo? Tomar muita água, dois litros por
dia. As pessoas gastam milhões em potinhos, pílulas, vitaminas, mas se não
hidratam por dentro, não adianta”, ensina ela. O êxito do papel, segundo
Torloni, não foi em vão, assim como o encontro com Aguinaldo Silva (67).“Os
autores acompanham nosso crescimento. Temos que estar prontos. Fazia em média
cem cenas por semana, algo como rodar dois longas. Para isso, precisa ser um
atleta da emoção, estar centrado, ter suas práticas. O Serrado também é muito
preparado, pratica dança, eu faço yoga, Filosofia”, ensina ela, que segue de
férias para a Europa. Já em junho, estreia espetáculo de dança com a companhia
da bailarina Vera Lafer. “Achei que ia flanar, mas me apontaram o dedo: ‘I want
you!’. Vou brincar de dança”, diverte-se. A tranquilidade segue até para falar
de amor e da frase dita por ela em entrevista no Rock in Rio — “hoje é dia de
rock, bebê!” —, que virou febre.
Ficou
irritada com aquela repercussão toda?
De jeito nenhum. Sempre trato as pessoas mais
chegadas de forma amorosa. E estava em um concerto de rock.
Você
teve quatro casamentos. O último, com o diretor Ignácio Coqueiro, durou 15
anos. Ainda crê na instituição?
Acredito no amor. O casamento é decorrência.
O que acontece são os encontros. Tenho sorte, encontrei pessoas incríveis na
vida. Não posso reclamar do amor.
E
atualmente está solteira?
Sou solteira. As pessoas nascem sós. Devemos
estar preparados para isso. A conjugação dos verbos começa com eu. Se a gente
souber aprender, conjugando direito o ‘eu me amo’, ‘eu tento me conhecer’, tudo
fica menos complicado.
Como
mantém a forma?
Yoga, esteira, bicicleta. Parei de comer
carne três anos, precisei voltar por causa da dieta do grupo sanguíneo. Estava
perdendo energia. A questão filosófica acabou sendo vencida pelo metabolismo.
O que
acha das técnicas de rejuvenescimento?
Tenho medo dessa história de lipoaspiração.
Tratamentos estéticos são como bebida, é necessário consumir com moderação.
Senão, você se perde. Ninguém vai ter 20 anos a vida inteira. Seria chato!
Por que
Tereza Cristina caiu nas graças do público?
Era humana. A saudosa autora Ivani Ribeiro
sabia disso. Nenhuma heroína é heroína 100%. O mesmo acontece com vilãs.
Aguinaldo trouxe o ícone e o anti-ícone. Criou colunas de amor. Crô, por
exemplo, era uma relação afetiva da Tereza. Aí o lúdico florescia, o humor. As
crianças adoravam. Na rua, eu dizia que não podiam ver a novela, mas eram
loucas pela personagem. Ela era uma Emília potencializada.
Fonte: Caras
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