Betty Faria é a convidada do "Damas da
TV" desta quarta-feira (09/10), às 21h, no canal VIVA. Com quase 50 anos
de carreira, ela revela não ter percebido que faz parte do time das grandes
atrizes brasileiras. "Tem um lado meu que continua sendo uma pivete de
Copacabana. Mas não tenho a noção de ser uma dama da TV! Fui trabalhando,
fazendo as coisas, estudando. Eu gosto muito dessa profissão! Quero fazê-la
lindamente! Eu sou dama da televisão?", dispara, às gargalhadas.
A atriz - que está no ar no canal como a
Lígia, de "Água Viva" - tentou fugir com um circo aos quatro anos,
foi dançarina na década de 1960, fez teatro, casou-se com um dos maiores galãs
da época, Claudio Marzo, e, hoje, aproveita cada segundo dos seus 72 anos.
"Quando minha filha, Alexandra, nasceu (1968), comecei a fazer novelas
porque senti que precisava ter uma vida mais decente, mais careta. Careta no
bom sentido, de poder pagar o aluguel, ter dinheiro para as contas. Então,
resolvi investir na carreira. Batalhar mesmo", conta.
Betty estreou na TV Rio, em 1969, na novela
"Os Acorrentados". Depois, na Globo, vieram os papéis de mocinha, mas
ela quis fugir do estereótipo. "Em Véu de Noiva batalhei tanto, que me
deram a vilã. Ela fazia maldade com a namoradinha do Brasil (risos). Era a
chegada da Regina Duarte, que já vinha famosa de novelas em São Paulo, formando
par com Claudio Marzo, que hoje é avô da minha neta mais velha. E eu consegui
fazer a vilã Irene", ressalta.
Num período complicado, pós-casamento, a
atriz acabou recusando interpretar Júlia Mattos, em Dancin´Days (1978).
"Foi o estouro da Sonia Braga. Dei personagens para minhas colegas, e elas
se deram bem. Mas todo mundo tem que se dar bem", confidencia. Em 1980 veio Água Viva, uma trama marcante
para Betty. "A Lígia era uma mulher muito interessante. A novela abordava
a temática da mulher que se separa, vai trabalhar, tem filho pra criar, e se
apaixona por outra pessoa. Eu gostava muito disso. Personagens que poderiam
ajudar as pessoas, ajudar as mulheres", revela.
Mas foi no universo do autor Aguinaldo Silva
que Betty se realizou. "Adorava a Tieta porque ela tinha humor. Voltou
para aquela cidadezinha rica e poderosa, mas com o coração de menina. Tieta foi
uma alegria, e é até hoje. Eu estava fazendo uma turnê de teatro pelo Brasil,
entrei num táxi, no Nordeste, e o motorista virou pra trás e disse: É Tieta!
Reconheço a voz!. É uma coisa carinhosa até hoje", observa, emocionada. E
acrescenta: "Sempre me dei muito bem com Aguinaldo Silva e esse universo
marginal dele. Eu adoro as mulheres com um pé na marginalidade".
Fonte: Fábio TV
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