Justin Bieber causou no Rio de Janeiro.
Pichou um muro. Foi procurado pela polícia. Agrediu fotógrafo. Visitou sauna.
Foi filmado dormindo por uma moça. Falou mal dos fãs. Depois falou bem. Surtou.
Muita gente está dizendo que Justin não pode mais voltar ao Rio de Janeiro. Eu
sou carioca e por isso posso dizer: sim, Justin, volte ano que vem. Ninguém vai
ligar para você. Vamos te ver na praia e falar: “ai, de novo esse garoto
chato.’ E pronto.
É que carioca tem uma relação maluca com
celebridade internacional. Quando algum famoso gringo vem na nossa quebrada, no
início achamos legal e ficamos curiosos. Passa em dois dias. Sim, se a
celebridade for alguns dias na mesma praia que a gente logo vamos dizer: “ai,
que saco, esse cara não sai daqui”. Ele pode ser um astro de Hollywood. Logo
cansamos. Somos blasés.
Dizem que isso acontece desde os tempos da
Brigitte Bardot. Não sei. Mas lembro bem do verão em que o Matt Dillon apareceu
na praia de Ipanema. No primeiro dia, eu e uns amigos nos escondemos atrás de
uma árvore para olhar para ele. Lá pelo segundo, terceiro dia, já falávamos:
“ai, de novo, Matt Dillon.”
Na mesma ocasião, um amigo recebeu um
telefonema de um amigo gringo: “você pode dar uma força para um amigo meu que
vai para o Rio?” Meu amigo não sabia que se tratava do astro de “O selvagem da
motocicleta”, mas levou o Matt na praia. Na hora de ir embora, bem, meu amigo
não achou nenhum táxi, jogou o Matt Dillon em uma vã e gritou: “leva esse
gringo no Copacabana Palace.” “Tratei como trato os meus amigos”, ele disse.
E eu gosto muito disso no meu povo carioca. A
gente pode ser colonizado. Mas se alguém pisa na nossa praia, logo vira uma
pessoa comum. Por isso, pode voltar, Justin, a gente não vai nem ligar para
você. E nem te cumprimentar, claro.
Fonte: Nina Lemos, do Yahoo
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