Até os menos atentos já devem ter notado que a Globo vem “radicalizando” a grade para seus padrões nos tempos mais recentes. Com estratégias mais agressivas e espaço para testes que nem sempre são bem sucedidos, o canal tenta se reinventar. Mas essa onda de transformações tem ônus e bônus. Será que compensa?
Na faixa das sete, o canal apostou numa trama com linguagem diferente do padrão de TV aberta. Na minissérie de começo de ano também. "Além do Horizonte" se firmou como maior fracasso da faixa e constantemente tem sua liderança ameaçada pelo "Cidade Alerta". Já "Amores Roubados" foi o maior sucesso da faixa em 10 anos e ainda impulsionou a reta inicial da décima quarta edição do "Big Brother Brasil".
Ao apostar em produções assim, a Globo abre espaço para resultados tão distintos. O canal poderia simplesmente ter optado, respectivamente, por mais uma trama insossa e com doses de comédia como "Sangue Bom" e mais uma minissérie biográfica para janeiro. Só que a zona de conforto parece ter cansado o canal mais poderoso do país.
E as experimentações não vem somente no conteúdo. As faixas horárias também se encontram menos fixas. Provas disso são as inversões do "Altas Horas" com o "Supercine", do "Vale a Pena Ver de Novo" com a "Sessão da Tarde" no Espírito Santo, em Goiás e no Distrito Federal - e em todo o Brasil a partir de 17 de fevereiro -, ou do "Esquenta!" com a "Temperatura Máxima".
Nesses novos dias de um novo tempo que já começou, até a integração com os canais Globosat foi aprofundada. Em 2013, pela primeira vez na história, um produto fez o caminho inverso ao “natural”. Os episódios inéditos do "Sai de Baixo" foram ao ar primeiramente no Viva para só depois serem aproveitados em TV aberta.
Recentemente, ainda vimos novelas inéditas terem capítulos cancelados por coberturas jornalísticas ao vivo e longas ("Flor do Caribe" perdeu 2 dias de exibição. Um pela transmissão das manifestações e outro pela visita do papa Francisco). E novelas reprisadas serem emendadas enquanto uma acaba e outra começa. Ideias que podem ter sido inspiradas em Record e SBT, não?
A “rainha” das emissoras parece mesmo ter saído definitivamente de seu castelo. Resta saber se ainda com tempo suficiente de reverter a tendência histórica de queda nos números. Mas certamente se aprende mais errando e tentando do que simplesmente acompanhando de braços cruzados.
Fonte: na Telinha
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