terça-feira, 5 de julho de 2011

Carmo Della Vecchia avalia "Cordel Encantado"


Aos seis anos de idade, Carmo Della Vecchia interpretou um rei em uma peça escolar. E essa foi a primeira lembrança que lhe veio à mente quando foi convidado para viver o rei Augusto, de "Cordel Encantado". "Foi meu primeiro personagem. Usava uma coroa de papel e uma capa. Dava a volta ao redor da princesinha, tascava um beijo nela e os pais aplaudiam", relembra, com um largo sorriso. E os motivos para a satisfação não são poucos. O ator repete a parceria com as autoras Duca Rachid e Thelma Guedes que começou em "Cama de Gato", quando interpretou o sofredor Alcino. Além disso, recentemente, a novela atingiu picos de 30 pontos de audiência – alta para o horário – e tem uma grande aceitação do público. "Elas conseguiram juntar as fábulas que estão no nosso imaginário com a cultura popular brasileira. Acho isso muito interessante. Cada capítulo é uma surpresa", avalia.

Na história, Carmo interpreta um rei recheado de ótimas qualidades, com bom caráter, corajoso e humilde. Ele pouco se importa por ter se apaixonado por uma cozinheira, a Maria Cesária, da atriz Lucy Ramos. As características poderiam preencher todos os requisitos do mocinho "quarentão" da trama, mas sua boa fama é maculada por tentar separar Jesuíno e Açucena, o casal protagonista, vivido por Cauã Reymond e Bianca Bin, por motivos políticos. "Ele é um mocinho de perna quebrada. Ao mesmo tempo, o Augusto é um rei que acredita no amor. E fica difícil para ele resolver a questão", analisa.

É exatamente a possibilidade de interpretar um personagem imperfeito que torna o trabalho ainda mais interessante para Carmo. Até porque não é difícil lembrar de um protagonista de novela que acabou conquistando o título de chato. "Se não tiver uma boa história, o ator pode se dar mal. O grande segredo é não criticar o personagem e acreditar na história que ele quer passar", explica. Seu trabalho anterior foi na pele do asqueroso Silvério da série "A Cura". O personagem, inclusive, parece ter sido seu grande êxtase na tevê e o ator concorda que os tipos mau caráter acabam contagiando mais o público. "O vilão mata, estupra, rouba e tem a cena mostrando isso. Fazer vilão é uma delícia, ganha prêmio, enquanto o mocinho fica lá assistindo", brinca. Mas ele garante que não tem preferência por papéis. O que mais lhe interessa são boas histórias. "O ator tem de gostar do que vai fazer. Eu gosto de interpretar mocinhos também, desde que seja um bom", destaca.

O cuidado com a trama das seis é um ponto que chama a atenção. Dirigida por Amora Mautner, "Cordel Encantado" é a primeira novela da Globo gravada em 24 quadros e com lentes de alta definição, o que aproxima da estética cinematográfica. Com isso, o nível de exigência é como se fosse de uma obra mais curta como uma minissérie. "Tem um cabelinho fora do lugar e a gente para e capta tudo de novo", explica ele, sem esquecer do ritmo intenso de gravações, inclusive, quando estava na Europa para fazer as cenas iniciais. "Todo mundo perguntou se eu aproveitei a viagem. Trabalhei todos os dias, acordava às seis da manhã para gravar", lembra, em tom bem humorado.

Fonte: UOL TV

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