segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

“Divertics” não empolga na estreia


A intenção pode ter sido das melhores, mas o resultado não correspondeu ao investimento e ao bombardeio de chamadas na programação global. "Divertics", que entrou no ar neste domingo para o ocupar o lugar do "Esquenta" (cuja temporada 2013 chegou ao fim) é tudo, menos divertido.

Com toda estrutura da Rede Globo à disposição, o diretor Jorge Fernando - praticamente uma atração à parte - conta com um ótimo elenco: os já tarimbados Luiz Fernando Guimarães, Maria Clara Gueiros, Leandro Hassum, Rafael Infante, Marianna Armelini e Nando Cunha, além de David Lucas, Ellen Roche e Roberta Rodrigues, que comprovaram uma verve para a comédia em novelas e especiais. A pirotecnia, no entanto, falou mais alto que o humor.

Anunciado como "um espaço para o improviso e a alegria onde tudo pode acontecer", o programa (que tem um galpão como cenário e autoria de Claudio Torres) traz esquetes interligadas por vinhetas musicais, performances dos atores e de artistas variados, além de convidados especiais - como o lutador Minotauro. Pena que até a interação com a plateia -mais para time de figurantes ensaiados - soa pouco espontânea.

Não vejo a atração com perfil para as tardes de domingo, fazendo frente aos já consolidados "O Melhor do Brasil" (Record) e "Eliana" (SBT). Parecia mais vantajoso fixarem Regina Casé na grade dominical. A apresentadora e atriz, por sinal, fez uma participação especial em "Divertics". Foi bacana vê-la contracenar novamente com Luiz Fernando Guimarães e relembrar "TV Pirata". Mas parou por aí.

"Divertics" quer flertar com a modernidade, com o stand-up comedy, a comédia musical, com o que já vimos no "É Tudo Improviso" (Band) e na Internet, fixando uma trupe. Esse é o problema: a TV aberta vem tentando absorver a proposta dos canais de vídeo online, como o "Porta dos Fundos", mas há um ruído de linguagem.

O próprio "Porta dos Fundos" se tivesse virado atração global - como se pretendia -, provavelmente, não teria o mesmo efeito que alcança na Internet. Questão de essência e liberdade de criação. Curiosamente, Rafael Infante, galã do "Porta", protagonizou algumas esquetes mais próximas das comédias de situação dos dias de hoje.

Apesar da cara de "Zorra Total" recauchutado ter prevalecido e de tudo ter ficado na intenção, foi bacana comprovar o timing humorístico de Nando Cunha, que já fez programas do gênero antes de estourar como o Pescoço da novela "Salve Jorge". A reunião de Luiz Fernando, Maria Clara e David Lucas, relembrando "Minha Nada Mole Vida", foi proposital e poderia ser mais feliz.

Quem esperava menos parafernália e mais roteiro, viu um "Divertics" nada "comics". Se quiser ter fôlego para durar, a atração, um remix de tudo, pede ajustes. A impressão é que os atores acham mais graça das piadas que o público. Aquele clima de humor interno, familiar - como foi a intenção de homenagear o autor de novelas Silvio de Abreu (um escritor de mensagens, sem graça, em biscoitos chineses). Passou batido!

Por sinal, Jorge Fernando, como sempre, não esqueceu de "homenagear" a própria família. Hilda Rebello, mãe do diretor, marca presença, numa espécie de figuração de luxo, pegando no pé do diretor. Já o sobrinho, João Rebello, que atuou em novelas como "Vamp" (1991/92) e "Zazá" (1997/98), ataca de DJ.

O ponto alto foi a rápida homenagem a Renato Aragão, revivendo momentos da carreira do eterno Didi Mocó, de "Os Trapalhões". Ironicamente, o humorista parece ter sido o que mais captou a fórmula necessária para que o programa possa "virar: menos show, menos desse clima global com tudo arrumadinho e super produzido. Espontaneidade!

Fonte: Yahoo

Um comentário:

  1. Kkk rafael infante galã??? Com aqueles dentes só se for galã do jockey clube! !!

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