A intenção pode ter sido das melhores, mas o
resultado não correspondeu ao investimento e ao bombardeio de chamadas na
programação global. "Divertics", que entrou no ar neste domingo para
o ocupar o lugar do "Esquenta" (cuja temporada 2013 chegou ao fim) é
tudo, menos divertido.
Com toda estrutura da Rede Globo à
disposição, o diretor Jorge Fernando - praticamente uma atração à parte - conta
com um ótimo elenco: os já tarimbados Luiz Fernando Guimarães, Maria Clara
Gueiros, Leandro Hassum, Rafael Infante, Marianna Armelini e Nando Cunha, além
de David Lucas, Ellen Roche e Roberta Rodrigues, que comprovaram uma verve para
a comédia em novelas e especiais. A pirotecnia, no entanto, falou mais alto que
o humor.
Anunciado como "um espaço para o
improviso e a alegria onde tudo pode acontecer", o programa (que tem um
galpão como cenário e autoria de Claudio Torres) traz esquetes interligadas por
vinhetas musicais, performances dos atores e de artistas variados, além de
convidados especiais - como o lutador Minotauro. Pena que até a interação com a
plateia -mais para time de figurantes ensaiados - soa pouco espontânea.
Não vejo a atração com perfil para as tardes
de domingo, fazendo frente aos já consolidados "O Melhor do Brasil"
(Record) e "Eliana" (SBT). Parecia mais vantajoso fixarem Regina Casé
na grade dominical. A apresentadora e atriz, por sinal, fez uma participação
especial em "Divertics". Foi bacana vê-la contracenar novamente com
Luiz Fernando Guimarães e relembrar "TV Pirata". Mas parou por aí.
"Divertics" quer flertar com a
modernidade, com o stand-up comedy, a comédia musical, com o que já vimos no
"É Tudo Improviso" (Band) e na Internet, fixando uma trupe. Esse é o
problema: a TV aberta vem tentando absorver a proposta dos canais de vídeo
online, como o "Porta dos Fundos", mas há um ruído de linguagem.
O próprio "Porta dos Fundos" se
tivesse virado atração global - como se pretendia -, provavelmente, não teria o
mesmo efeito que alcança na Internet. Questão de essência e liberdade de
criação. Curiosamente, Rafael Infante, galã do "Porta", protagonizou
algumas esquetes mais próximas das comédias de situação dos dias de hoje.
Apesar da cara de "Zorra Total"
recauchutado ter prevalecido e de tudo ter ficado na intenção, foi bacana
comprovar o timing humorístico de Nando Cunha, que já fez programas do gênero
antes de estourar como o Pescoço da novela "Salve Jorge". A reunião
de Luiz Fernando, Maria Clara e David Lucas, relembrando "Minha Nada Mole
Vida", foi proposital e poderia ser mais feliz.
Quem esperava menos parafernália e mais
roteiro, viu um "Divertics" nada "comics". Se quiser ter
fôlego para durar, a atração, um remix de tudo, pede ajustes. A impressão é que
os atores acham mais graça das piadas que o público. Aquele clima de humor
interno, familiar - como foi a intenção de homenagear o autor de novelas Silvio
de Abreu (um escritor de mensagens, sem graça, em biscoitos chineses). Passou
batido!
Por sinal, Jorge Fernando, como sempre, não
esqueceu de "homenagear" a própria família. Hilda Rebello, mãe do
diretor, marca presença, numa espécie de figuração de luxo, pegando no pé do
diretor. Já o sobrinho, João Rebello, que atuou em novelas como "Vamp"
(1991/92) e "Zazá" (1997/98), ataca de DJ.
O ponto alto foi a rápida homenagem a Renato
Aragão, revivendo momentos da carreira do eterno Didi Mocó, de "Os
Trapalhões". Ironicamente, o humorista parece ter sido o que mais captou a
fórmula necessária para que o programa possa "virar: menos show, menos
desse clima global com tudo arrumadinho e super produzido. Espontaneidade!
Fonte: Yahoo
Kkk rafael infante galã??? Com aqueles dentes só se for galã do jockey clube! !!
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