Após alguns programa exibidos, ficou claro
que o "Vídeo Show" foi aniquilado. As matérias sobre os bastidores
ficam soltas e entram no ar sem nem ao menos serem anunciadas. E tudo o que é
apresentado no palco da atração ---- entrevistas, brincadeiras e música----
cansa ou causa constrangimento. Para piorar, entre tantos problemas, um acaba
se 'destacando': Zeca Camargo.
O apresentador está a cada dia mais forçado e
os exageros apresentados na estreia, ao invés de irem melhorando com o tempo,
foram piorando. Zeca não consegue disfarçar o seu desconforto e ao tentar expor
naturalidade, enfia os pés pelas mãos e irrita facilmente quem assiste. Além de
sempre fazer questão de dizer que o entrevistado do dia é seu amigo pessoal,
ele grita demais e pegou uma mania irritante de pedir aplausos a todo instante.
Aliás, a presença da plateia só serviu para
aumentar a lista de equívocos, uma vez que só serve para aplaudir sempre que
solicitada e rir de algumas brincadeiras que não têm a menor graça. A banda
também não tem função e o próprio Zeca mostra não saber muito bem qual a
utilidade dos músicos. E a sua
interação com os colegas de palco nunca fica
natural, parece uma situação encenada e nada espontânea. O que dizer do
carrasco-ajudante que se chama Walcyr? Se era para ser algo cômico, não deu
certo.
A entrevista, por sua vez, não empolga e
quase todas as perguntas já foram respondidas: ou em outros programas da Globo
ou em matérias do próprio "Vídeo Show". E isso acaba evidenciando o
quanto que foi errôneo transformar a atração, voltada para o passado da
televisão e para os bastidores das gravações, em um 'talk-show'.
Ricardo Waddington é um diretor que esbanja
talento e tem um profissionalismo admirável, entretanto, não há como negar que
ele piorou o que já não estava muito bom. Afinal, o "Vídeo Show" já
havia perdido o rumo quando seu estúdio recém-inaugurado foi simplesmente descartado,
sem dar satisfação para o público, e quando resolveram abolir quadros
clássicos, como o "Falha Nossa" (inclusive prometeram trazer de
volta, o que não foi cumprido) e o "Túnel do Tempo".
Retirar Zeca Camargo da área jornalística e
inseri-lo na de entretenimento foi um grande equívoco. O resultado catastrófico
tem sido mostrado de segunda a sexta, em um programa que passou a ter como
principal objetivo fazer graça onde não tem. Os próprios artistas convidados
não disfarçam o incômodo com as brincadeiras bobas apresentadas e muitas vezes
se veem obrigados a rir junto com o apresentador, que fica gargalhando o tempo
todo e pedindo palmas.
Infelizmente, o novo "Vídeo Show"
se transformou em um festival de vergonha alheia. Um dos programas mais
queridos da Globo perdeu sua essência e ainda ganhou um apresentador que peca
pelo exagero e pela artificialidade. Zeca Camargo precisa urgentemente parar e
se auto-analisar. Caso contrário, a atração, que já se mostra repleta de erros,
ficará inassistível.
Fonte: Sérgio Santos
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