quinta-feira, 14 de julho de 2011

Mudança de grade da Record imita SBT



Três meses e vinte dias depois de estrear “Rebelde”, a Record alterou o horário da novela. Trata-se, como antecipou o jornalista Ricardo Feltrin, de uma mudança radical de estratégia, destinada a enfrentar a líder Globo.

Feita a alteração, a novela “teen” agora é exibida às 20h30, competindo diretamente com o “Jornal Nacional”, enquanto o “Jornal da Record” passa a ser apresentado às 19h40 e compete com a novela “Morde & Assopra”. Explicou Feltrin:

Para efetuar as mudanças, a Record teria se baseado em pesquisas de mercado; elas apontaram que seu público gostaria de ver notícias mais cedo. A pesquisa também teria identificado uma demanda juvenil por TV ainda represada, nesse horário. Em outras palavras, jovens que já souberam tudo na internet durante o dia todo, e que não precisam ver ao telejornalão global.

Há uma lógica comercial por trás da mudança, o que é compreensível no modelo de telecomunicação brasileiro. Ainda que sejam concessões públicas, as emissoras visam o lucro e dependem de audiência e publicidade para pagar as contas.

Não deixa de ser espantoso, porém, ver como a emissora ignora solenemente o seu espectador cativo. “Rebelde” alcançava, até agora, uma média de 10 pontos no Ibope. Por quase quatro meses, um universo considerável de espectadores postou-se diante da TV, num determinado horário, para ver a novela.

A mesma coisa vale para o telejornal da Record. Investimento importante da emissora, já mudou de horário algumas vezes, mas estava há um bom tempo estabilizado e com índices de audiência igualmente razoáveis, na faixa de 10 pontos. O que pensam os seus espectadores cativos da mudança?

Desde que adquirida pela Igreja Universal, a Record apostou numa estratégia de mimetização da programação da Globo. Com essa mudança arbitrária na grade, a emissora lembra mais Silvio Santos, que comanda o SBT com uma bússola desgovernada, alterando o rumo dos horários e programas da casa ao sabor da sua intuição. É um passo atrás.

Fonte: Maurício Stycer, do UOL

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