O cineasta Alê Abreu foi obrigado a interromper suas férias e voltar correndo para São Paulo na manhã desta sexta-feira (15). Ele não esperava que sua animação, "O Menino e o Mundo", ganhasse uma indicação ao Oscar 2016. Seu filme, com orçamento de R$ 2 milhões, vai competir com produções que custaram mais de US$ 170 milhões, como "Divertida Mente", da Pixar, uma gigante da indústria de animação.
Em entrevista por telefone ao UOL, Abreu estava confiante e se divertiu com a comparação feita pelo crítico Sérgio Rizzo, da "Folha de S. Paulo", de que seu filme seria o Juventus e "Divertida Mente", o Barcelona. "Quando o Juventus poderia jogar contra o Barcelona? O fato é que é isso que está acontecendo. A gente agora vai driblar e marcar gol no Barcelona. Vamos vencer 'Divertida Mente'", disse.
A animação concorre ainda com "Anomalisa", de Charlie Kaufman; "Shaun, o Carneiro"; e "As Memórias de Marnie".
Os brasileiros que perderam a primeira estreia de "O Menino e o Mundo" vão ter nova chance de assisti-lo: o filme volta às salas na próxima quinta-feira (21) --os locais de exibição ainda serão definidos.
Lançado no Brasil em 2014, o filme nunca parou de crescer e foi isso, segundo o diretor, que fez com que ele chegasse ao Oscar. "Quando foi selecionado ao 10º festival pensamos que era o fim da linha, mas ele continuou. Já foi lançado em mais de 80 países e venceu 44 prêmios".
Até o dia 28 de fevereiro, quando serão entregues os prêmios do Oscar, Alê concentrará esforços em apresentar o filme aos integrantes da Academia. "Esse é o grande desafio agora. Se ele for visto, tem chance de levar essa estatueta. É um filme anti-indústria que merece ganhar".
"O Menino e o Mundo" narra as aventuras de um menino que vive em uma cidade isolada e que um dia se lança em uma missão para encontrar seu pai. Usando a fantasia e a inocência, a história aborda os problemas que afetam a Terra hoje, como a globalização, a crise econômica e a perda de valores.
O cineasta paulista Alê Abreu, 44, que em 2007 estreou a animação "Garoto Cósmico", também dirigiu os curtas "Espantalho" (1998) e "Passo" (2007).
Fonte: UOL
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