Atuar na TV sempre pareceu algo distante para Alexandre Nero. Isso porque o intérprete do Gilmar, de "Escrito Nas Estrelas", acreditava que não tinha o perfil que o veículo pedia. "Não sou um cara bonito, não sou 'pintoso', não conheço ninguém da televisão", analisa. O ator, que começou no teatro, até sentia vontade de experimentar a carreira televisiva. Porém, achou melhor não se "aventurar" a investir nela. "Não busquei, mas não por arrogância. Achei que não era para mim", assegura. Mesmo assim, no final de 2007, Alexandre foi convidado para participar de um episódio de "Casos e Acasos" depois de ser visto em uma festa de teatro, em Curitiba.
Logo após, surgiu a oportunidade de viver o verdureiro Vanderlei, em "A Favorita"; em seguida, o Terêncio de "Paraíso". "Quando acabou o Terêncio, eu ia voltar para Curitiba. Mas apareceu essa novela e resolvi ficar. Se estão me querendo, vou ficar. Até a hora em que não me quiserem mais", constata, aos risos. Em sua terceira novela, Alexandre encara seu primeiro vilão. Mas o trabalho de composição não foi muito diferente dessa vez. Afinal, o ator gosta de usar suas próprias características como referência e buscou a maldade do Gilmar em si mesmo. "Todos somos maldosos e bondosos. Aquilo tudo que o Gilmar é está dentro de mim, com certeza", garante Alexandre, que defende as atitudes de seu papel.
Na trama, Gilmar inferniza a vida de Viviane, de Nathalia Dill, e é capaz de qualquer sujeira para subir na vida. Ainda assim, para o ator, seu personagem é um vilão atípico. "Meu personagem não rouba alguém para fazer crueldade. Ele acha que o mundo é assim e que faz parte do jogo", analisa. "O vilão da vida real, o político que coloca dinheiro na cueca, por exemplo, não pensa que está fazendo uma maldade. Ele acha que tem o direito de fazer aquilo porque todo mundo faz", completa. Mesmo na pele de um personagem com características inescrupulosas, Alexandre tem percebido que o público gosta do Gilmar.
Principalmente porque o papel tem espaço para o humor e nem sempre é bem-sucedido em suas armações. "O público quer ver o vilão se dar mal. Mas as pessoas também se divertem porque o Gilmar é estabanado e ansioso", especifica. As abordagens que o ator recebe, de uma maneira geral, são positivas.
Porém, uma em especial chamou sua atenção. Certa vez, uma senhora disse que chorava quando via Alexandre na TV. "Fiquei triste e preocupado porque nunca imaginei que alguém tivesse essa reação", lembra. Interpretar um tipo como o de Gilmar, aliás, nunca passou pela cabeça de Alexandre. Pelo menos não depois de fazer dois bonzinhos em novelas da Globo. "Tinha quase certeza de que não iria fazer outro personagem que não fosse isso", confessa.
Afinal, muitos atores ficam marcados por só darem vida a determinados estilos de papéis. Por isso, para Alexandre, Rogério Gomes --o Papinha--, diretor de "Escrito Nas Estrelas", teve grande importância nesse momento de sua carreira. "Ele enxergou essa possibilidade em mim", diz o ator, que também acredita que a sorte possa ser uma forte aliada. "Não adiantaria a competência se eu não tivesse tido sorte em encontrar pessoas que têm visão", constata.
Trabalhando na Globo há quase três anos, Alexandre começou a carreira como músico, profissão que exerce há mais de 20 anos. E foi a própria música que o levou para o teatro. Ele já era profissional há cerca de 4 anos, quando soube que precisavam de um cantor para um musical, que estava em cartaz em Curitiba, sua cidade natal. "Me deram uma fala para cantar. Gostaram, riram, me deram mais uma, mais outra e foi acontecendo", conta.
Fonte: UOL TV
eu adoro seu papel alexandre a voce vai more na novela ou vai fica com beatriz
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