Um jovem, que tem vergonha da profissão e das
roupas da mãe. Assim é o estudante de medicina Antenor, vivido por Caio Castro
em “Fina Estampa”, que lembra muito a dissimulada Maria de Fátima de Glória
Pires em "Vale Tudo" e o ambicioso Guilherme (Klebber Toledo) de
"Morde e Assopra". O galã, no entanto, prefere não censurar a atitude
duvidosa de seu personagem. Pelo contrário, ele diz que entende as razões do
jovem, que contratou uma atriz para interpretar Griselda/Pereirão (Lília
Cabral) em um jantar com a família da noiva. Para Castro, por amor, vale tudo.
Leia a entrevista:
Seu
personagem diz que tem vergonha da mãe e do que ela faz. Como você vê a atitude
do Antenor?
Eu acho que entendo o que ninguém entendeu
até agora. As pessoas me perguntam como é fazer um vilão, um mau caráter. É
claro que eu não teria as mesmas atitudes dele, mas o entendo perfeitamente.
Ele é apaixonadíssimo, tem um amor incondicional pela Patrícia (Adriana
Birolli) e ela é uma mulher rica. Além disso, tem uma mãe fresca, cheia de
etiqueta. E acha que se a mãe da amada se encontrar com a mãe dele, que não tem
etiqueta, tem trejeitos de homem e o trabalho que tem, já começa o problema.
Você
entende ele dizer que tem vergonha da mãe?
Eu não o julgo. Porque ele tem um lado humano
também, principalmente por conta da paixão. E é isso que explica essas
atitudes. Tem algumas cenas em que ele se mostra humano. Ele é moleque, por
mais que tenha a minha idade, ainda é um menino. Vê as coisas do jeito dele,
acha que a mãe não pode ter esse tipo de trabalho. É isso que o deixa ele envergonhado,
não o fato de ser pobre.
Mas,
ele diz que quer sair da pobreza...
Isso não quer dizer que vá fazer coisas ruins
por isso. Vamos combinar que ninguém gosta de ser pobre? Todo mundo quer
conforto. E ele não está com ela por dinheiro, mas porque a ama de verdade.
Você
acha que por amor vale tudo?
Acho que sim. Por amor, vale qualquer coisa.
Só que antes de eu amar qualquer pessoa, eu me amo. Se tivesse que me lesar,
seria por alguém da minha família ou por um filho. Por alguém que não tenho
certeza de que vai ser para sempre, não.
O que
você tem dele?
A ambição de fazer bem feito e de conseguir o
que eu quero. Mas, claro que é um pouco diferente. Ele passa por cima de tudo
pra conseguir o que quer, eu já sou um pouco mais humano.
Como é
trabalhar com a Adriana Birolli?
É sensacional. Eu não a conhecia. Quando
fiquei sabendo que ela ia ser meu par, fiquei assustado, porque nunca a tinha
visto. E se eu deixasse para encontrá-la só no set, seria difícil. Comecei a
correr atrás dela como um homem apaixonado. Calhou de fazermos uma campanha
juntos. Foi um encontro forçado, mas a gente tinha que se conhecer. Um casal
mega apaixonado na trama, sem intimidade pessoal nenhuma, não soaria
verdadeiro. Aí ficamos super amigos e, quando começamos a fazer as cenas, foi
muito gostoso. Adoro a Birolli, é muito gostoso fazer um personagem com ela.
Existe
uma história de que você virou ator por conta de uma brincadeira. Isso é
verdade?
Mais ou menos. As pessoas me sacaneavam,
diziam que eu não estudava, que faculdade eu ia fazer. E eu brincava com eles,
dizendo que ia fazer uma parada bem louca e ia acabar fazendo
"Malhação". Dois meses depois, eu estava na novela.
Então,
você não queria ser ator?
Não. Foi meio por acaso. Entrei no concurso
do “Caldeirão do Huck”, que ia escolher um casal de atores. Me inscrevi de
onda, mas acabei passando. Era coisa de moleque mesmo.
Quando
você se apaixonou pela profissão?
Quando você começa a trabalhar, vê que tem
uma responsabilidade. Na verdade, a gente é pago para esperar, porque o
trabalho de ator, dentro do set, é muito divertido e prazeroso. Quando dá tudo
certo, até quando tem um erro ou outro, tem algo dentro de você que começa a te
mover. Quando eu sou desafiado, eu faço. Sou muito ambicioso e perfeccionista
neste sentido.
Fonte: UOL TV
oi caio te amo muito
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