sábado, 27 de agosto de 2011

'Planeta dos Macacos: a Origem' revitaliza franquia



Baseado na obra do francês Pierre Boulle, o primeiro “Planeta dos Macacos” (1968) se tornou um clássico com seu enredo sobre um lugar onde humanos eram oprimidos e símios comandavam o mundo. Em pleno auge da Guerra Fria, a cena final que mostrava uma Terra destruída por conta de uma guerra nuclear – com a estátua da Liberdade enterrada na praia - entrou para a história do cinema.

Viciado em refilmagens, Tim Burton até tentou pegar carona nesse sucesso com seu remake de 2001, que trazia Mark Wahlberg e Helena Bonham Carter no elenco. Mas, com exceção dos efeitos especiais, o longa não decolou muito. “Planeta dos Macacos: a Origem”, que estreia nesta sexta-feira (26) nos cinemas brasileiros, provavelmente também não vai entrar para a história do cinema, mas pelo menos fica acima da média das produções de ficção científica mais recentes.

Dirigido por Rupert Wyatt, o longa traz uma trama bem amarrada e estrelada por atores competentes. Após ser indicado ao Oscar por “127 Horas”, James Franco retorna às telas como o cientista Will Rodman, que lidera uma pesquisa com macacos em um grande laboratório a fim de encontrar a cura para o Alzheimer, doença que aflige seu pai, Charles (John Lithgow). Nos humanos, o medicamento de Will ajuda a regenerar os neurônios perdidos com a doença. Já nos símios, tem o efeito de evoluí-los.

Por conta de um problema com a pesquisa, Will acaba levando para casa um filhote de chimpanzé que passa a morar com seu pai e ele. Com a chegada da veterinária Caroline (Freida Pinto), todos passam a ser uma família feliz. O que, obviamente, não vai durar para sempre.


Caesar (referência a um personagem dos filmes anteriores da franquia) cresce e se torna um jovem questionador de sua própria existência, como acontece com todo adolescente. Em uma das sequências mais impactantes do longa, ele pergunta a seu mentor se é um animal de estimação ou um filho. É a partir desse contexto que o macaco vai começar a se movimentar para libertar os seus iguais da opressão dos humanos.

O grande trunfo de “Planeta dos Macacos: a Origem” está em fazer uma obra de ficção científica sem que isso signifique abusar dos efeitos especiais e da ação em detrimento da história. A trama foca principalmente nos personagens e em seus sentimentos, e não em um roteiro mirabolante e megalomaníaco como o “Transformers” de Michael Bay. A relação com os filmes anteriores da franquia fica mais nas referências, o que acabou sendo uma ótima saída para revitalizá-la.

Ajuda também o fato de o chimpanzé Caesar ser feito pelo experiente Andy Serkis, ator que já deu vida a Gollum (“Senhor dos Anéis”), King Kong (no filme de Peter Jackson) e interpretará o Capitão Haddock no “Tintin” de Steven Spielberg. A feição e trejeitos do macaco-protagonista são de um realismo impressionante, anos-luz distante das máscaras usadas nos filmes anteriores. Já a interpretação de Tom Felton não foge muito de seu personagem Draco Malfoy em "Harry Potter".

Em meio a uma temporada de blockbusters um tanto desanimada, permeada de super-heróis sem muita graça, “Planeta dos Macacos: a Origem” traz um pouco de frescor ao gênero. E ao contrário das produções recentes, o espectador não deixará o cinema mais burro.

Fonte: Yahoo

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