Muitos atores acabam descobrindo outras
funções na área depois que ingressam na carreira. Leona Cavalli faz parte desta
trupe. Sua fala mansa e jeito sereno escondem uma artista envolvida em mil e um
projetos. E que ainda os concilia com seu mais recente papel, a determinada
Celina em "A Vida da Gente", da Globo. "Hoje eu produzo, dirijo,
escrevo e atuo. Mas tudo isso só aconteceu por conta da minha carreira. Antes
de qualquer coisa eu sou atriz", ressalta ela, que é autora do livro
"Caminho das Pedras – Reflexões de uma Atriz", que fala sobre o seu
processo criativo.
Na produção de Lícia Manzo, sua personagem
insiste em engravidar, enquanto o marido, interpretado por Leonardo Medeiros,
não quer ter um filho. Além disso, Celina atua na trama como ombro amigo do
médico Lúcio, de Thiago Lacerda. "Essa novela é bem séria, trata de
assuntos delicados. Mas cada vez descubro o lado mais bem-humorado do
papel", garante.
Apesar de já atuar na tevê desde 2001, quando
esteve em seu primeiro folhetim, "As Filhas da Mãe", a trajetória de
Leona é maior no cinema e no teatro. A atriz começou a ser reconhecida na área
principalmente por suas atuações no cinema, que acabaram lhe rendendo um espaço
na TV. "Apesar de ter demorado mais um pouco, aconteceu no tempo certo.
Pude me aprimorar e aprofundar no teatro e no cinema para depois tentar a
televisão", explica ela, que garante nunca ter tido preconceito em atuar
em novelas.
"Sei que existem atores de teatro que
dizem que a tevê é limitada, vendida, e que não é arte. Nunca fui assim. Quem é
contra a televisão é contra o público. Eu sou atriz e represento para o
público", defende. Além disso, já não vê diferença entre os veículos.
"A gente está em um momento de profusão dos meios de comunicação. Um ator
não é mais de um veículo só", opina.
Mesmo com a vasta experiência no cinema, onde
atuou em filmes como "Amarelo Manga" e "Olga", Leona passa
por uma boa fase na tevê. Depois de emplacar personagens como a drogada Dália
em "Duas Caras" – folhetim das nove exibido em 2007, na Globo –, a
atriz é reconhecida nas ruas pelo grande público. "Hoje valorizo meus
trabalhos na televisão. Nela aprendi a alegria do cotidiano. Existem cenas que
mostram atividades simples. Não é como no cinema e teatro em que toda cena é
muito representativa", compara ela, que garante ser extremamente
autocrítica em relação a seus trabalhos. "Estou aprendendo a não sofrer
com isso. Pois na TV, vemos o resultado junto com o público. O bom é que a
quantidade de tempo e cenas me dão a possibilidade de construir, mudar, com o
decorrer", comemora.
Embora esteja comprometida com o folhetim de
Lícia Manzo até os primeiros meses do próximo ano, a atriz já se prepara para
ingressar em novos projetos. Ela está prestes a dirigir o documentário "O
Caminho do Peabiru", que surgiu a partir de outro trabalho no cinema.
"Estava com o projeto de uma ficção para comandar. Mas precisava de índios
atores para esse filme. Então fomos fazer uma oficina de interpretação em uma
tribo. O documentário mostra exatamente esse processo", adianta. Já o
longa de ficção, "Arlequim da Rua 18", deve ser rodado no próximo
ano. "Além de dirigir atuo um pouco. Não resisto", confessa.
Fonte: UOL
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